sexta-feira, 6 de março de 2015

VI Memorial Bobby Fischer - Faltam 7 dias

(FALTAM 7 DIAS PARA O ABERTO DO BRASIL
VI TORNEIO MEMORIAL BOBBY FISCHER)

Bobby Fischer: Uma vida em 30 dias
(Extratos do Vol. 4 do livro 'Meus Grandes Predecessores'' de Garry Kasparov - Ed. Solis)


[MGP - Vol. 4] - É com o Match do Século e com o torneio de Zagreb [1970] que a verdadeira lenda de Fischer essencialmente começa. E isso não tanto pelos seus resultados fenomenais (iguais já tinham ocorrido ocasionalmente na história do xadrez), mas muito mais pelo fato de que ele jogou um tipo completamente diferente de xadrez: para aquela geração de jogadores, a tensão que ele criou no tabuleiro foi simplesmente insuportável. Anteriormente isso havia se mostrado muito isoladamente nos Campeonatos dos EUA, mas agora também era visto em encontros com os principais Grandes Mestres do mundo. Mesmo um duro na queda como Petrosian já não conseguia jogar contra ele com força total! Fischer exercia uma pressão psicológica óbvia sobre seus adversários, essa força os perturbava e provocava sentimentos negativos e, é claro, isso era um auxílio importante para ele...

Antes de Zagreb ele também teve uma vitória convincente no primeiro “Campeonato Mundial relâmpago” extra-oficial em Herceg Novi (8 de abril). Esse torneio único de duplo turno foi jogado imediatamente após o Match do Século, uma boa metade dos jogadores tomou parte dele, e os resultados impressionaram o mundo do xadrez [grifo do RC]: 1. Fischer – 19 pontos em 22(!); 2. Tal – 14(1/2); 3. Kortchnoi – 14; 4. Petrosian – 13(1/2); 5. Bronstein – 13; 6. Hort – 12; 7. Matulovic – 10(1/2); 8. Smyslov – 9(1/2); 9. Reshevsky – 8(1/2)... Ao longo de toda a maratona Fischer perdeu somente uma partida – para Kortchnoi, e varreu de zero reis do relâmpago tais como Tal, Petrosian e Smyslov! [grifo do RC]
... 
Disse Tal: "Na minha opinião, Fischer joga relâmpago da mesma maneira do que nas partidas sérias: com rapidez, confiança e praticamente sem errar. Durante todo o torneio, ele não deixou um simples peão no ar! E ao mesmo tempo, nós entregávamos cavalos e bispos a torto e a direito. Fischer evitava complicações táticas, mas em algumas partidas empregava novidades teóricas, o que um jogador mais cauteloso teria guardado para ocasiões sérias".

Kasparov sentencia: Essa era a hora do estrelato de Fischer. Parecia que literalmente tudo dependia dele! Às vezes a impressão era de que ele estava simplesmente hipnotizando seus adversários.

Nenhum comentário:

Postar um comentário