(FALTAM 7 DIAS PARA O ABERTO DO BRASIL
VI TORNEIO MEMORIAL BOBBY FISCHER)
VI TORNEIO MEMORIAL BOBBY FISCHER)
Bobby Fischer: Uma vida em 30 dias
(Extratos do Vol. 4 do livro 'Meus Grandes Predecessores'' de Garry Kasparov - Ed. Solis)
[MGP - Vol. 4] - É
com o Match do Século e com o torneio de Zagreb [1970] que a verdadeira lenda de
Fischer essencialmente começa. E isso não tanto pelos seus resultados
fenomenais (iguais já tinham ocorrido ocasionalmente na história do xadrez),
mas muito mais pelo fato de que ele jogou um tipo completamente diferente de
xadrez: para aquela geração de jogadores, a tensão que ele criou no tabuleiro
foi simplesmente insuportável. Anteriormente isso havia se mostrado muito
isoladamente nos Campeonatos dos EUA, mas agora também era visto em encontros
com os principais Grandes Mestres do mundo. Mesmo um duro na queda como
Petrosian já não conseguia jogar contra ele com força total! Fischer exercia
uma pressão psicológica óbvia sobre seus adversários, essa força os perturbava
e provocava sentimentos negativos e, é claro, isso era um auxílio importante
para ele...
Antes
de Zagreb ele também teve uma vitória convincente no primeiro “Campeonato
Mundial relâmpago” extra-oficial em Herceg Novi (8 de abril). Esse torneio
único de duplo turno foi jogado imediatamente após o Match do Século, uma boa
metade dos jogadores tomou parte dele, e os resultados impressionaram o mundo
do xadrez [grifo do RC]: 1. Fischer – 19 pontos em 22(!); 2. Tal – 14(1/2); 3. Kortchnoi – 14;
4. Petrosian – 13(1/2); 5. Bronstein – 13; 6. Hort – 12; 7. Matulovic –
10(1/2); 8. Smyslov – 9(1/2); 9. Reshevsky – 8(1/2)... Ao longo de toda a
maratona Fischer perdeu somente uma partida – para Kortchnoi, e varreu de zero
reis do relâmpago tais como Tal, Petrosian e Smyslov! [grifo do RC]
...
Disse Tal: "Na
minha opinião, Fischer joga relâmpago da mesma maneira do que nas partidas
sérias: com rapidez, confiança e praticamente sem errar. Durante todo o
torneio, ele não deixou um simples peão no ar! E ao mesmo tempo, nós
entregávamos cavalos e bispos a torto e a direito. Fischer evitava complicações
táticas, mas em algumas partidas empregava novidades teóricas, o que um jogador
mais cauteloso teria guardado para ocasiões sérias".
Kasparov sentencia: Essa
era a hora do estrelato de Fischer. Parecia que literalmente tudo dependia dele!
Às vezes a impressão era de que ele estava simplesmente hipnotizando seus
adversários.
Nenhum comentário:
Postar um comentário