(FALTAM 12 DIAS PARA O ABERTO DO BRASIL
VI TORNEIO MEMORIAL BOBBY FISCHER)
VI TORNEIO MEMORIAL BOBBY FISCHER)
Bobby Fischer: Uma vida em 30 dias
(Extratos do Vol. 4 do livro 'Meus Grandes Predecessores'' de Garry Kasparov - Ed. Solis)
[MGP - V.4] Com
a Olimpíada de Varna o primeiro estágio da carreira de Fischer chegou ao final.
Ele parou de jogar em torneios internacionais e o seu crescimento foi
interrompido artificialmente. Por muitos anos Bobby cozinhou-se em seu próprio
caldo e jogou somente em Campeonatos dos EUA, em um dos quais (1963/1964)
marcou 11 pontos em 11! (...)
Ao
analisar a última partida de Fischer nesse torneio, contra Saidy, Kasparov
declara: De acordo com testemunhas oculares, naquele dia umas mil pessoas se
reuniram no Hotel Henry Hudson! Todos acompanhavam atentamente cada movimento
da partida do líder em um enorme tabuleiro mural. Parecia improvável que Bobby
pudesse vencer de novo, especialemente com as pretas, em um final simples e
aparentemente quase igual de cavalo contra bispo.
Fischer
venceu e Kasparov arrematou: Um outro exemplo da irresistível pressão de
Fischer! E então, ocorreu o milagre: 1. Fischer – 11 pontos em 11 (!!) [grifo do RC]; 2.
Evans – 7(1/2); 3. Benko – 7; 4-5. Reshevsky e Saidy – 6(1/2) etc.
“Lembro-me”, Bobby relatou com
prazer, “que isso deu margem para o árbitro Hans Kmoch fazer uma brincadeira.
Ele publicamente felicitou Evans (o segundo colocado) por ‘vencer’ o torneio...
e a mim por ‘vencer a exibição’.”
Esse
sucesso triunfal foi excepcionalmente importante para Fischer. Deu-lhe
retaguarda para acreditar em si mesmo, em seu destino. Provavelmente foi
somente aí que Fischer se recuperou completamente do choque psicológico que
experimentara em 1962 (afinal, em 1963
ele esperava se tornar Campeão Mundial!).
Para superar sua depressão ele foi
auxiliado pela... religião. Tendo perdido o chão sob seus pés após Curaçao e
Varna, o jovem norte-americano procurou alguma outra distração, um novo apoio
em sua vida. Já que ele não tinha nada além do xadrez, a religião veio
preencher o vácuo. Se bem que aqui também Bobby seguiu “à sua própria maneira”,
buscando refúgio não em uma das crenças tradicionais, mas na seita adventista
“A Igreja Mundial de Deus”.
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