(FALTAM 6 DIAS PARA O ABERTO DO BRASIL
VI TORNEIO MEMORIAL BOBBY FISCHER)
VI TORNEIO MEMORIAL BOBBY FISCHER)
Bobby Fischer: Uma vida em 30 dias
(Extratos do Vol. 4 do livro 'Meus Grandes Predecessores'' de Garry Kasparov - Ed. Solis)
Kasparov
destaca que o último empurrão para Fischer se decidir a jogar o Torneio
Interzonal de 1970 foi provavelmente o torneio de verão em Buenos Aires,
naquele ano... que “lavou a honra” de dez anos atrás, quando na mesma cidade
Fischer sofrera o pior fracasso de toda a sua carreira. Nessa ocasião ele
conquistou um dos seus maiores triunfos! Todas as noites os 700 assentos do
salão estavam tomados, com espectadores sentados e em pé nos corredores. Bobby
foi tratado como rei, com cada capricho sendo atendido.
No
final Bobby terminou 3(1/2) pontos à frente do perseguidor mais próximo: 1. Fischer – 15 pontos em 17(+13=4!); 2. Tukmakov – 11(1/2); 3. Panno – 11; 4-6. Gheorghiu,
Najdorf e Reshevsky – 10(1/2); 7. Smyslov – 9; 8-9. Quinteros e Mecking –
8(1/2) etc.
...
Após
o torneio em Buenos Aires, Fischer estava sem dúvida em estado de euforia e o
futuro devia parecer muito róseo para ele. Somente isso pode explicar porque em setembro
ele tenha ido à Olimpíada de Siegen, embora os alemães friamente recusassem a
sua habitual lista de condições de jogo, aceitando somente uma das vinte e
cinco exigências: mudar sua mesa um metro mais distante da primeira fila de
espectadores.
A
atração principal para o norte-americano era sem dúvida a oportunidade de
encontrar Spassky no tabuleiro. Fischer ardia de desejo de mostrar ao mundo
“quem era quem”, e estava confiante no sucesso. Assim como seus torcedores, que
“encomendaram um banquete em honra ao vencedor; no restaurante do nosso hotel,
as mesas foram arrumadas, aguardando um mero ‘detalhe’ – a conclusão da
partida” (Kortchnoi).
Mas, como sabemos, uma amarga desilusão aguardava
Fischer! Ele não somente perdeu para o Campeão Mundial, mas também concedeu o
“metal amarelo” no 1º tabuleiro a ele: Spassky marcou 9(1/2) pontos em 12, e
ele 10 em 13... Em vingança, o orgulhoso Fischer declarou em uma entrevista:
“Quando eu perdi para Spassky, abandonei como Capablanca: se perdi uma partida,
me senti como um rei fazendo caridade a um mendigo.”
Em
novembro, após voltar a ameaçar não jogar um Interzonal, cujo motivo,
entre outros caprichos, Kasparov credita o efeito que a derrota para Spassky na
Olimpíada de Siegen causou no humor do norte-americano, Fischer joga o
Interzonal de Palma de Mallorca, graças à concessão da vaga por Benko
e em função do triunfo da USFC, em conseguir, no Congresso da FIDE em setembro
daquele ano, a permissão para escolher seus próprios representantes no torneio.
...
Após
um empate com Hübner, [Fischer] produziu uma série de cinco vitórias, incluindo
entre suas vítimas Smyslov, Hort e Rechevsky. Suas partidas de Mallorca são um
espetáculo surpreendente! Quando o enfrentavam, Grandes Mestres de ponta (para
não se falar nos Mestres), se intimidavam, ficavam paralisados e não ofereciam
uma resistência digna.
Amanhã traremos mais detalhes do Interzonal de Mallorca, que foi marcante na biografia de Fischer.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirSeria legal lembrar que, salvo engano, foi nesse torneio que Mecking empatou com Fischer!
ResponderExcluirLink do jogo: http://www.chessgames.com/perl/chessgame?gid=1044676
P.S. E no ano seguinte, em Palma de Mallorca, Fischer ganha! :)
Isso mesmo, Hudson! Entre os 4 empates de Fischer, em Buenos Aires (1970), um deles foi contra Mequinho! No livro de Kasparov, fonte deste nosso trabalho, o russo diz: "O primeiro encontro de Henrique com Fischer nos tabuleiros foi no torneio de Buenos Aires e ele foi um dos poucos que conseguiram segurá-lo". No Interzonal de Mallorca, Fischer vence Mequinho e a partida é comentada no referido livro. A propósito, Kasparov dedicou 4 parágrafos sobre Mequinho, inclusive citando um comentário depreciativo de Fischer sobre o brasileiro. Foram lembradas ainda as vitórias do "prodígio brasileiro" nos Interzonais de Petrópolis (1973) e Manila (1976), e sua grave enfermidade, que o retirou dos tabuleiros.
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