Ainda sobre o ano de 1956, segue Kasparov, depois de expor a famosa partida de Fischer contra Byrne: Mas provavelmente o maior sucesso de Fischer em 1956 tenha sido o seu encontro com o treinador Jack Collins, cujos alunos também incluíam jogadores tão talentosos como os irmãos Byrne e William Lombardy. O apartamento do professor se tornou o segundo lar de Fischer. Ele corria para lá mesmo durante um intervalo maior na escola (que se situava a três quadras de Collins), para jogar um par de partidas relâmpago. Após a escola, ele novamente voltava para Collins e ficava com ele até o anoitecer. Depois eles algumas vezes iam a um café ou ao cinema, mas no caminho continuavam a jogar às cegas.
Foi a partir desse momento que a rápida ascensão de Fischer se iniciou. As razões se basearam não somente em aulas ou jogos-treinos, mas também na surpreendente sede de conhecimento do jovem. "Bobby absorveu mais livros de xadrez do que qualquer um em qualquer tempo [grifo do RC]. Ele os lia não somente com o objetivo de estudar as aberturas, ele gostava do próprio processo de aprendizado". Collins estava encantado com o seu aluno. Ele não superestimou sua própria contribuição e em seu livro My Seven Chess Miracles ele admite que para Bobby ele não foi tanto um professor, mas muito mais um amigo, estrela-guia e tutor. "Gênios como Beethoven, Leonardo da Vinci, Shakespeare e Fischer nascem da cabeça de Zeus. Eles são geneticamente programados e sabem, antes de ser explicado a eles, o que é o que. Sobre Bobby Fischer, talvez eu possa usar as palavras que foram ditas sobre Franz Schubert: 'Ele aprendeu com o próprio Deus!'"[grifo do RC].
(Reedição da série de postagens 'Bobby Fischer: uma vida em 30 dias', publicada neste blog em 2015, com base em extratos do Vol. 4 do livro 'Meus Grandes Predecessores' de Garry Kasparov - Ed. Solis)
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