Ele tem apenas oito anos. Não é prodígio, é normal. E essa normalidade é que chama a atenção. Estou falando de Victor Augusto Araruna, um dos meus alunos da Academia de Xadrez Caldas Vianna., que uma vez por semana vem com sua avó paterna, Maria Luiza, uma "viciada" em xadrez, que não sofre quando o neto lhe dá um xeque-mate, mas adora uma "briga" quando o garoto quer voltar a lance. Fico de olho nos dois o tempo todo e aqui e ali dou minhas "broncas". O fato é que o xadrez está acima de tudo e as aulas são proveitosas.
Acredito que a pouca idade não deu a Victor a dimensão da sua força para se tornar um jogador de torneio. Mas uma coisa eu tenho certeza: se ele continuar terá condições de ser um forte jogador, pois tem uma bela intuição. Sabe ver o tabuleiro e se tornará, se quiser, um jogador com o estilo de Miguel Tal, com combinações inteligentes e ousadas, basta treinar mais.
Dois mestres para Victor se inspirar |
Por enquanto, Victor gosta mesmo de "massacrar" a avó. É aí onde percebo essa normalidade que ele tem de forma acentuada. Ou seja, se o objetivo do xadrez é dar xeque-mate, então vamos a ele. Não gosto disso, sou sincero, pois devemos aprender a jogar sem pensar em resultado. Ganhar, perder, empatar, faz parte do jogo. O ideal é que você aprenda a jogar uma abertura, um meio jogo e um final, independentemente de resultado. Se jogar bem, se aplicar bem o que aprende, claro que a vitória mora ao lado. Mas, numa criança determinada a vencer, Victor é normal. Vamos aguardar, novos dias virão e se tudo continuar como estamos indo, o xadrez só tem a ganhar.
A foto, à direita, mostra Victor colocando as oito damas (o peão virou dama) no tabuleiro sem se tocarem. Não é tarefa muito fácil e ele fez sem maiores sacrifícios. O GM Victor Korchnoi, hoje vivendo em uma colonia espiritual na companhia de Fischer, quem sabe,um dia, possa ser fonte de inspiração para o seu pequeno xará.
Não entendi o exercício das 8 Damas;
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