Por Fernando Melo
Fischer sempre achou que não havia diferença entre os soviéticos, eram todos russos! E derrotá-los era a sua mais nobre missão. O Torneio Internacional de Skopje 1967, na então Iugoslávia, não pode ser desprezado para quem gosta de conhecer um pouco mais a história das partidas de Fischer.
Foram 18 jogadores, sendo 12 do país anfitrião, 2 soviéticos, um húngaro, um búlgaro, um romeno e o norte-americano Bobby Fischer, então campeão do seu país e que era, convenhamos a estrela do torneio. Fischer venceu com 13,5 pontos em 17 possíveis, sendo 12 vitórias, 2 derrotas e 3 empates.
Ocorreram alguns episódios e o mais grave foi que Fischer chegou a abandonar o torneio por se sentir prejudicado com a presença da plateia (embora estivesse liderando na nona rodada) e tanto é, que faltou à décima rodada, numa ameaça velada de que não voltaria mais. O xadrez para Fischer era a vida e alguma coisa que interferisse no bom andamento ele, logo, protestava, mesmo que fosse o maior prejudicado pelo fato de abandonar a prova. Os organizadores entraram em pânico. A sorte é que depois disso Fischer voltou para concluir uma partida que estava suspensa. E foi então que entraram num acordo, e a partida que Fischer perdeu por WO foi desconsiderada e ele jogou a mesma em um outro dia.
Os dois russos eram Efim Geller e Ratmir Kholmov . Ao longo deste torneio, a briga pelo primeiro lugar estave entre Fischer e Geller, considerando que foi para Geller que Fischer perdeu uma das duas partidas sofridas. A outra derrota foi para o iugoslavo Janosevic.
Sabendo o quanto Fischer sofre quando não ganha uma partida, o que pensar quando ele teve que se render para um russo em apenas 23 lances e jogando de brancas contra a sua favorita Defesa Siciliana? Essa era a terceira derrota consecutiva diante do baixinho Geller e que ainda se vingava da derrota sofrida diante de Fischer em Bled 1961, em 22 lances.
O curioso é que essa partida frente a Geller em Skopje, Fischer deveria ser o vencedor. Isso mesmo. "Obra maestra fallida", este é o título que foi dado para esse embate e publicado no livro de Fischer, Minhas 60 Melhores Partidas. Vejamos o que diz o iuguslavo Trifunovic a respeito desta partida:
A verdade é que Fischer, ao que pese seus críticos, tinha uma linha vitoriosa. E é o que veremos a seguir! (continua)
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