domingo, 21 de fevereiro de 2016

VII Memorial Bobby Fischer - Faltam 19 dias!

[MGP - V4]: Fischer entrou no Ano Novo, 1960, já como tricampeão dos EUA. Na época esses eram os únicos torneios dos quais ele tomava parte com regularidade. O resultado, como anteriormente, foi excelente: 1. Fischer – 9 em 11 (+7=4); 2. R. Byrne – 8; 3. Reshevsky – 7(1/2); 4. Benko – 7; etc. Após seu aprendizado colossal no torneio de Candidatos, o jovem jogador amadureceu tremendamente. Ele também mudou sua aparência. No lugar do suéter e jeans, que Bobby exibiu na Iugoslávia, vieram os ternos feitos por alfaiates. Foi nesse Campeonato dos EUA que ele pela primeira vez apareceu em um terno, camisa branca e gravata, o que causou verdadeira sensação.

Naquela época teve início a segunda onda de Fischer, muito mais poderosa do que a primeira. Na realidade, ela pode até mesmo ser chamada sua primeira onda real, pois em 1959, é claro, ele ainda não estava pronto para se tornar o “Número 1”.

O Torneio de Mar del Plata (março-abril) foi memorável para Bobby, não somente pela sua primeira vitória em um torneio internacional, mas também pelo seu encontro com Boris Spassky. Após perder para ele na segunda rodada com as pretas em um Gambito do Rei, ele então empreendeu uma marcha furiosa – 12(1/2) pontos em 13! [grifo do RC] – e assim alcançou seu “torturador”: 1-2. Spassky e Fischer – 13(1/2) pontos em 15; 3. Bronstein – 11(1/2); 4. Olafsson – 10(1/2)  etc.

No grandioso torneio de verão de Buenos Aires, Bobby também chegou com a intenção de vencer. Taimanov: “Logo na primeira conferência de imprensa ele declarou, sem papas na língua: ‘Nesse torneio sou o mais jovem, mas também o mais forte! Eu quero conquistar o primeiro lugar’. Eu me lembro como Reshevsky, que tinha muito ciúme do sucesso de seu jovem compatriota, prontamente disse com malícia: ‘Ficarei feliz em terminar em décimo nono lugar se Fischer for o vigésimo!’”

Acredite ou não, mas o desejo de Reshevsky com relação a Fischer quase se tornou realidade: Fischer dividiu os 13º-16º lugares, marcando somente 8(1/2) pontos em 19 (+3-5=11)! Esse foi o maior fracasso em toda a carreira do décimo primeiro Campeão Mundial [grifo do RC]. (...) Enquanto isso, nesse torneio o veterano norte-americano conquistou um de seus maiores sucessos, dividindo o primeiro lugar com Kortchnoi e terminando 4(1/2) pontos à frente de Bobby! Na sequência, para explicar seus “lances suicidas”, Fischer reclamou da fraca iluminação do salão. É possível não estivesse sendo hipócrita, pois mais tarde suas reclamações sobre a iluminação se tornaram lendárias...

(Reedição da série de postagens 'Bobby Fischer: uma vida em 30 dias', publicada neste blog em 2015, com base em extratos do Vol. 4 do livro 'Meus Grandes Predecessores' de Garry Kasparov - Ed. Solis)


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