terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Leitão falou... Tá falado(?)

Quem é o melhor enxadrista brasileiro da atualidade? Poderíamos até dizer, não sem razão, que seria Krikor Mekhitarian, por sua conquista do Campeonato Brasileiro, mês passado, quando superou o favorito Rafael Leitão. Porém, se considerarmos um horizonte mais dilatado, não há como negar que Leitão é mesmo o maior expoente do momento no xadrez nacional. E sendo assim, quando ele fala, convém que o escutemos com atenção. 

Hoje lemos seus comentários sobre a referida Final do Brasileiro, publicados no seu blog pessoal, em 18 de janeiro, e podemos perceber no texto posições firmes e um tanto controversas do hexacampeão nacional! Ele aborda sua campanha irregular, faz análises breves sobre lances cruciais de algumas partidas, elogia o desempenho dos adversários mais diretos - Krikor e Evandro Barbosa, festeja a performance de Ernani Choma e reflete sobre o xadrez de Yago Santiago! E no alto de sua posição de número 1 do Brasil, Leitão afia a pena para fazer algumas considerações sobre a data e a estrutura fornecida para a Final, além de criticar o episódio da última rodada, quando não houve a partida entre Teixeira contra Krikor, que influenciou diretamente o resultado do Campeonato.

Outrossim, dentre as opiniões vigorosas de Leitão, destacamos uma passagem que merece nossa maior atenção. Disse ele: "... por mais que pretendamos socializar o nosso jogo e oferecer chances para enxadristas de todo o Brasil, tenho sérias dúvidas se o sistema de duas semifinais é o mais adequado para a escolha dos participantes. Temos que nos lembrar que a função principal da competição é definir o melhor jogador do país e oferecer chances de normas para os não titulados – ambas as condições acabam prejudicadas no formato atual."

Bom, ao menos, ele se colocou em posição de dúvida sobre essa matéria! Afinal, a sua conclusão, ainda que verdadeira, ampara-se numa premissa que nos parece questionável. De fato, o Campeonato Brasileiro de Xadrez carece de propiciar, de algum modo, o embate entre boa parte dos melhores jogadores do país. Mas, por outro lado, soa-nos correta a política da CBX de estimular a participação de jogadores da parte Norte na Final, por meio da Semifinal 2, ainda que exista maior concentração de titulados mais expressivos na porção Sul do país. Como conciliar essa equação? Talvez tenha sido essa a maior intenção de Leitão: trazer à tona essa reflexão, de sorte que, a despeito das limitações financeiras, estimulemos a participação dos grandes nomes do nosso jogo na mais importante competição do Brasil, sem desconstruir a possibilidade de que bons enxadristas de todas as regiões também possam pleitear chegar a uma Final e, quem sabe crescer no xadrez, como o próprio maranhense Rafael Leitão!


P.S: Para ler o texto completo de Rafael Leitão, clique aqui.

Um comentário:

  1. Já que o "problema" é as duas semifinais, então que façam uma, mas aqui no nordeste. srrsrsrsrsrsrsr

    ResponderExcluir