Por Fernando Melo
Para qualquer jogador ter o direito de desafiar o campeão do mundo, na disputa pelo título máximo do xadrez internacional, naquela época, era preciso se classificar para jogar o interzonal, o que não era fácil. Depois ter que se classificar entre os primeiros e por fim jogar e vencer o torneio de candidatos. Tarefa difícil, muito difícil, bastante difícil.
Então, veio o Interzonal de 1973, em Leningrado e Karpov terminou empatado com Korchnoi com 13,5 em 17 pontos possíveis.
Na fase de Candidatos, quarta-de-final, Karpov ganhou para Polugaievsky por 5,5 a 2,5. Veio a fase Semifinal e Karpov derrotou Spassky por 7 a 4; Tivemos então a Final, com Karpov derrotando Korchnoi por 12.5 a 11,5. Com esse resultado, bem apertado, Karpov conquistava o direito de desafiar Bobby Fischer.
Vejamos agora, para uma ligeira comparação, como Fischer conquistou o direito de desafiar Spassky em 1972.
No Interzonal de Palma de Mallorca, Fischer ganhou com 3,5 pontos na frente do segundo colocado!
Na fase de quarta-de-final, Fischer derrotou Taimanov por 6-0 e na Semifinal, o derrotado foi Larsen, com Fischer aplicando também 6-0! Por fim veio Petrosian. Um adversário difícil, mas Fischer não se assustou e venceu por 6,5 a 2,5, num match onde foram jogadas 9 (eram 12) partidas e ocorreu algo impressionante, Fischer venceu as quatro últimas partidas!
Ora, se compararmos o que fez Fischer e o que fez Karpov, vai uma distância de força muito grande!
O leitor pode chegar a sua própria conclusão..
E para encerrar, lembro que o então presidente da Federação das Filipinas,Florencio Campomanes, mais tarde foi presidente da FIDE, ofereceu uma bolsa de 5 milhões de dólares (é muito dinheiro) para Fischer jogar com Karpov. Ninguém entendia Fischer. Ele havia abandonado o xadrez oficial para sempre e não era uma montanha de dólares que o faria mudar de ideia! E assim aconteceu. A FIDE, no dia 3 de abril de 1975, através do seu presidente Max Euwe, anunciou ao mundo que o russo Anatoly Karpov era o novo campeão de xadrez!
Se usarmos a diferença de forças entre os ex-campeões mundiais e seus contemporâneos, sem dúvida FISCHER foi o maior de todos. E como creio que esse é o critério mais válido, assim como em qualquer esporte, realmente FISCHER foi o melhor, até agora. O melhor argumento contrário seria que tal diferença verificou-se apenas por um curto período de tempo.
ResponderExcluirSe usarmos a diferença de forças entre os ex-campeões mundiais e seus contemporâneos, sem dúvida FISCHER foi o maior de todos. E como creio que esse é o critério mais válido, assim como em qualquer esporte, realmente FISCHER foi o maior, até agora. O melhor argumento contrário seria que tal diferença verificou-se apenas por um curto período de tempo.
ResponderExcluirMestre Ivson, descobri um jornalista, escritor e enxadrista que sabe muito sobre Fischer. Trata-se de Dnitri Bjelica, que quem foi amigo pessoas e de total confiança. Estou lendo um livro deste sobre Fischer. Cada dia me convenço, do pouco que sei sobre Bobby, que ele estÁ a um nivel que não temos como comparar com os seus contemporâneos. Não seria injusto se dizer que se existe um nome que pode ser sinônimo de xadrez, em todo o universo dessa arte caissina, a resposta seria uma só: ROBERT BOBBY JAMES FISCHER!
ResponderExcluirNa minha humilde opinião, creio que Fischer foi gênio assim como Capablanca, Alekhine, Kasparov, e até mesmo Carlsen. A diferença é que ele estudou muito mais, se dedicou muito mais, se aprofundou ao jogo muito mais, se tornando mais forte entre todos. E Foi entre eles o que mais batalhou e sofreu para chegar ao titulo mundial, talvez porisso não quis correr nenhum risco de perder esse titulo.
ResponderExcluirNessa, eu respeitosamente discordo, Sr. Fernando. Por mais "penoso" que tenha sido para Anatoly Karpov ter sua chance contra o melhor do mundo, ele o havia feito de acordo com todas as regras. Diferenças de desempenhos para conseguir essa chance, seria pela lógica, mais um motivo para ele jogar e mostrar que ainda era o 1, e não uma montanha de dinheiro. O que Fischer queria, era uma forma de sair vitorioso de qualquer maneira, e fez essa de se retirar, virando um mito, uma lenda de algo que estaria em algum lugar do mundo, prestes a ter um dia um triunfal retorno...
ResponderExcluir