segunda-feira, 27 de março de 2017

Sobre a palestra Fischer - Karpov - II

Por Fernando Melo

Como foi que Anatoly Karpov (foto) conquistou o direito de desafiar Bobby Fischer pelo título mundial no ano de 1975? É o que vamos saber nas linhas abaixo.

Para qualquer jogador ter o direito de desafiar o campeão do mundo, na disputa pelo título máximo do xadrez internacional, naquela época, era preciso se classificar para jogar o interzonal, o que não era fácil. Depois ter que se classificar entre os primeiros e por fim jogar e vencer o torneio de candidatos. Tarefa difícil, muito difícil, bastante difícil.

Então, veio o Interzonal de 1973, em Leningrado e Karpov terminou empatado com Korchnoi com 13,5 em 17 pontos possíveis.

Na fase de Candidatos, quarta-de-final, Karpov ganhou para Polugaievsky por 5,5 a 2,5. Veio a fase Semifinal e Karpov derrotou Spassky por 7 a 4; Tivemos então a Final, com Karpov derrotando Korchnoi por 12.5 a 11,5. Com esse resultado, bem apertado, Karpov conquistava o direito de desafiar Bobby Fischer.

Vejamos agora, para uma ligeira comparação, como Fischer conquistou o direito de desafiar Spassky em 1972.

No Interzonal de Palma de Mallorca, Fischer ganhou com 3,5 pontos na frente do segundo colocado!
Na fase de quarta-de-final, Fischer derrotou Taimanov por 6-0  e na Semifinal, o derrotado foi Larsen, com Fischer aplicando também 6-0! Por fim veio Petrosian. Um adversário difícil, mas Fischer não se assustou e venceu por 6,5 a 2,5, num match onde foram jogadas 9 (eram 12) partidas e ocorreu algo impressionante, Fischer venceu as quatro últimas partidas!

Ora, se compararmos o que fez Fischer e o que fez Karpov, vai uma distância de força muito grande!
O leitor pode chegar a sua própria conclusão..

E para encerrar, lembro que o então presidente da Federação das Filipinas,Florencio Campomanes, mais tarde foi presidente da FIDE, ofereceu uma bolsa de 5 milhões de dólares (é muito dinheiro) para Fischer jogar com Karpov. Ninguém entendia Fischer. Ele havia abandonado o xadrez oficial para sempre e não era uma montanha de dólares que o faria mudar de ideia! E assim aconteceu. A FIDE, no dia 3 de abril de 1975, através do seu presidente Max Euwe, anunciou ao mundo que o russo Anatoly Karpov era o novo campeão de xadrez!

5 comentários:

  1. Se usarmos a diferença de forças entre os ex-campeões mundiais e seus contemporâneos, sem dúvida FISCHER foi o maior de todos. E como creio que esse é o critério mais válido, assim como em qualquer esporte, realmente FISCHER foi o melhor, até agora. O melhor argumento contrário seria que tal diferença verificou-se apenas por um curto período de tempo.

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  2. Se usarmos a diferença de forças entre os ex-campeões mundiais e seus contemporâneos, sem dúvida FISCHER foi o maior de todos. E como creio que esse é o critério mais válido, assim como em qualquer esporte, realmente FISCHER foi o maior, até agora. O melhor argumento contrário seria que tal diferença verificou-se apenas por um curto período de tempo.

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  3. Mestre Ivson, descobri um jornalista, escritor e enxadrista que sabe muito sobre Fischer. Trata-se de Dnitri Bjelica, que quem foi amigo pessoas e de total confiança. Estou lendo um livro deste sobre Fischer. Cada dia me convenço, do pouco que sei sobre Bobby, que ele estÁ a um nivel que não temos como comparar com os seus contemporâneos. Não seria injusto se dizer que se existe um nome que pode ser sinônimo de xadrez, em todo o universo dessa arte caissina, a resposta seria uma só: ROBERT BOBBY JAMES FISCHER!

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  4. Na minha humilde opinião, creio que Fischer foi gênio assim como Capablanca, Alekhine, Kasparov, e até mesmo Carlsen. A diferença é que ele estudou muito mais, se dedicou muito mais, se aprofundou ao jogo muito mais, se tornando mais forte entre todos. E Foi entre eles o que mais batalhou e sofreu para chegar ao titulo mundial, talvez porisso não quis correr nenhum risco de perder esse titulo.

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  5. Nessa, eu respeitosamente discordo, Sr. Fernando. Por mais "penoso" que tenha sido para Anatoly Karpov ter sua chance contra o melhor do mundo, ele o havia feito de acordo com todas as regras. Diferenças de desempenhos para conseguir essa chance, seria pela lógica, mais um motivo para ele jogar e mostrar que ainda era o 1, e não uma montanha de dinheiro. O que Fischer queria, era uma forma de sair vitorioso de qualquer maneira, e fez essa de se retirar, virando um mito, uma lenda de algo que estaria em algum lugar do mundo, prestes a ter um dia um triunfal retorno...

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