quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

VII Memorial Bobby Fischer - 104

Faltam 57 dias! Semana passada andei viajando com Don Quixote, dando uma trégua a Sancho Pancha. Conversamos muito. Uma das coisas boas é que o Cavaleiro Andante fala muito e eu gosto de ouvi-lo e ele adora ter alguém que aceite seus momentos de lucidez. E foi assim que ele me falou um pouco da personalidade de Bobby Fischer, num ponto que eu desconhecia. E citando Carlos Batista Lopes, disse ele:
"Há um aspecto da personalidade e da vida de Fischer que foi muito pouco abordado no que se escreveu sobre ele." Esta me ouvindo, perguntou Don Quixote. Sim, estou, respondi curioso. E continuou: 
 "Sua primeira tendência não foi a de antagonizar os jogadores soviéticos, mas  a de tentar ser aceito por eles. O que é, aliás, coerente com seu estilo de jogo, desenvolvido a partir das pesquisas enxadrísticas soviéticas nas décadas de 30, 40 e 50. No entanto, essas tentativas de aproximação não obtiveram sucesso - ou para ser exato, compreensão. Mas que ele, ao seu jeito, tentou, não nos parece haver dúvida". Está me ouvindo? Sim, estou. Ocorre que Don Quixote neste instante pediu para descansar e que depois continuava falando sobre a personalidade de Bobby Fischer. Nisso, Sancho Pancha, montado na sua mula, apareceu no alto do monte e eu acordei.

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