Estive ontem com Bobby Fischer, no seu sítio na Argentina. Esta não é a primeira vez, mas é a primeira vez que torno público nossa conversa. O que logo me chamou a atenção é que ele está atenado no meu desempenho, sempre modesto desempenho no tabuleiro. Fischer é prático, e sabendo das minhas limitações nas 64 casas, me disse que venho melhorando a cada torneio por uma única razão: a vontade de jogar sem pensar em resultado.
Gostei de ouvir isso. Ele sabe que nas horas de aperto, procuro me concentrar o máximo possível e peço sua ajuda. Ele sente a minha energia, mas nem todas as vezes pode me atender. Afinal, eu não sou o único que conversa com ele. Eu não escondo de ninguém o meu jogo. Basta saber que jogo a Bird sempre e a Pirc toda vez que me for permitido, mas aprendi nessas minhas conversas com Fischer algo mais. Sei que é dificil para o enxadrista mediano como eu. que não é profissional, jogar sem ter o medo por perto. Nos últimos meses estou chegando , aos poucos, mas estou chegando nesse oásis de tranquilidade. Jogar pelo prazer! Tentar encontrar o melhor lance na posição. Ter humildade, mas ser determinado.
Essas lições, que aos poucos vou assimilando de Fischer, me faz melhor, me sinto mais forte com meus desejos de jogar bem. Se vou conseguir? Olho para Fischer, pedindo ajuda. Ele, dando sinal de que precisava ficar sozinho, se despede dizendo: já vem conseguindo!
Só você mesmo, Fernando! Um grande abraço!
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