(FALTAM 25 DIAS PARA O ABERTO DO BRASIL
VI TORNEIO MEMORIAL BOBBY FISCHER)
VI TORNEIO MEMORIAL BOBBY FISCHER)
Bobby Fischer: Uma vida em 30 dias
(Extratos do Vol. 4 do livro 'Meus Grandes Predecessores'' de Garry Kasparov - Ed. Solis)
A avalanche rompeu no verão [de 1957]. Ao vencer em série o Campeonato Juvenil (+8=1!) e o Aberto dos EUA (+8=4!), de um mestre promissor de 14 anos se transformou em um dos melhores jogadores do país. Atrás dele estavam Bisguier, os irmãos Byrne, Mednis, Santasiere, Addison... A propósito, Donald Byrne, que já tinha experiência contra Fischer, alertou seu irmão Robert: "Tenha cuidado com esse rapaz - ele joga muito bem!" E foi somente com grande dificuldade que o participante em dois matches URSS-EUA conseguiu um empate! Mais tarde Robert Byrne escreveu: "Enquanto muitos jogadores encontram dificuldades em controlar suas emoções, avaliando de forma ultra-otimista suas chances no ataque ou ultra-pessimista na defesa ou posições difíceis, Fischer de certo modo consegue permanecer invariavelmente objetivo. Eu conheço alguns jogadores bem mais experientes, que não conseguiram essa objetividade em nenhum momento das suas carreiras, para não dizer em idade tão jovem". (...)
Fischer era tão preguiçoso no banco escolar como assíduo no tabuleiro. "Um companheiro de classe relatou anos depois: 'Ele sempre ficava quieto e desinteressado nas aulas. Ocasionalmente tirava de seu bolso um tabuleiro e montava algumas partidas. Invariavelmente era pego pelo professor que dizia: -"Fischer, não posso forçá-lo a prestar atenção na aula e não posso evitar que você jogue xadrez. Mas eu lhe imploro, por favor, jogue sem o tabuleiro." Bobby então educadamente colocava o tabuleiro no bolso e ficava em absoluto silêncio, e todos nós sabíamos, inclusive o professor, que ele estava jogando as partidas em sua mente'" (Brady). (...)
Kasparov segue citando Brady, que afirmara: (...) "Recentemente conversei com um professor que trabalhava no escritório do Conselho de Graduação em Erasmus Hall enquanto Bobby ali estudou. 'Seu QI era de 189', disse ele. 'Um pouco mais ou um pouco menos. Era definitivamente um gênio, mas sem interesse ou capacidade para os trabalhos escolares'".
Essa aparente contradição foi explicada pelo próprio Fischer. "Eu queria me tornar Campeão Mundial e a esse respeito a escola não podia me ajudar em nada". Ele quis deixar a escola assim que recebeu o título de Grande Mestre, mas não lhe permitiram. Teve que esperar até os 16 anos. "É melhor ser um dos jogadores mais fortes do mundo do que mais um entre os milhares com um diploma", concluiu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário