(FALTAM 20 DIAS PARA O ABERTO DO BRASIL
VI TORNEIO MEMORIAL BOBBY FISCHER)
VI TORNEIO MEMORIAL BOBBY FISCHER)
Bobby Fischer: Uma vida em 30 dias
(Extratos do Vol. 4 do livro 'Meus Grandes Predecessores'' de Garry Kasparov - Ed. Solis)
Não
muito antes do torneio de Candidatos [Iuguslávia, setembro-outubro 1959],
ocorreu um episódio que revela muito sobre o caráter de Fischer. De acordo com
Brady isso foi o que aconteceu. Um rico empresário convidou Fischer para ir
vê-lo. Disse que admirava o talento enxadrístico de Fischer e que estava pronto
para pagar sua viagem à Iuguslávia. Mas com uma condição: “Quando você der uma
entrevista, quero que você diga que não poderia ter vencido esse torneio sem a
minha ajuda”. Bobby imediatamente se levantou. “Não posso fazer isso”, ele
disse de pronto. “ Se eu venço um torneio, eu venço por meus méritos. Sou eu
quem joga, ninguém me ajuda. Eu venço o torneio por mim mesmo, com meu próprio
talento.” Uma resposta surpreendente para um jovem de 16 anos de idade! Segue
Kasparov: Acho que Brady está certo, ao indicar como uma das razões para tal
reação de Fischer a de “um orgulho feroz, que insiste em que não pode haver
outros nomes no brasão de Bobby a não ser o dele mesmo”.
Naquele
torneio de Candidatos, os Grandes Mestres soviéticos eram considerados
favoritos – Tal, Keres, Smyslov e Petrosian. Na opinião de Tal, Glicoric
poderia também brilhar. Mas ele não considerava altas as chances de Fischer:
“Parece-me que ele ainda não tem a maturidade suficiente par um torneio tão
difícil”.
E
realmente Fischer não estava pronto para um encontro com a elite do xadrez
mundial. Para obter sucesso em um torneio assim não basta ser capaz de empatar
com os Grandes Mestres – é necessário batê-los. E Bobby ainda não era capaz de
fazer isso – pelo menos, não com regularidade. Mas ele começou com uma vitória
sensacional sobre Keres –a segunda sucessiva, se lembrarmos Zurique.
A
classificação final foi 1. Tal – 20 pontos em 26; 2. Keres – 18(1/2); 3.
Petrosian – 15(1/2); 4. Smyslov – 15;
5-6. Fischer e Glicoric – 12(1/2); 7.
Olafsson – 10; 8. Benko – 8. Pode-se dizer que Bobby atuou como uma espécie de
regulador na corrida entre Tal e Keres: ele perdeu por 0-4 para o primeiro, mas
empatou 2-2 com o último.
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