(FALTAM 19 DIAS PARA O ABERTO DO BRASIL
VI TORNEIO MEMORIAL BOBBY FISCHER)
VI TORNEIO MEMORIAL BOBBY FISCHER)
Bobby Fischer: Uma vida em 30 dias
(Extratos do Vol. 4 do livro 'Meus Grandes Predecessores'' de Garry Kasparov - Ed. Solis)
[MGP - V4]: Fischer
entrou no Ano Novo, 1960, já como tricampeão dos EUA. Na época esses eram os
únicos torneios dos quais ele tomava parte com regularidade. O resultado, como
anteriormente, foi excelente: 1. Fischer – 9 em 11 (+7=4); 2. R. Byrne – 8;
3. Reshevsky – 7(1/2); 4. Benko – 7; etc. Após seu aprendizado colossal no
torneio de Candidatos, o jovem jogador amadureceu tremendamente. Ele também
mudou sua aparência. No lugar do suéter e jeans, que Bobby exibiu na
Iugoslávia, vieram os ternos feitos por alfaiates. Foi nesse Campeonato dos EUA
que ele pela primeira vez apareceu em um terno, camisa branca e gravata, o que
causou verdadeira sensação.
Naquela
época teve início a segunda onda de Fischer, muito mais poderosa do que a
primeira. Na realidade, ela pode até mesmo ser chamada sua primeira onda real,
pois em 1959, é claro, ele ainda não estava pronto para se tornar o “Número 1”.
O
Torneio de Mar del Plata (março-abril) foi memorável para Bobby, não somente
pela sua primeira vitória em um torneio internacional, mas também pelo seu
encontro com Boris Spassky. Após perder para ele na segunda rodada com as
pretas em um Gambito do Rei, ele então empreendeu uma marcha furiosa – 12(1/2)
pontos em 13! [grifo do RC] – e assim alcançou seu “torturador”: 1-2. Spassky e Fischer –
13(1/2) pontos em 15; 3. Bronstein – 11(1/2); 4. Olafsson – 10(1/2) etc.
No
grandioso torneio de verão de Buenos Aires, Bobby também chegou com a intenção
de vencer. Taimanov: “Logo na primeira conferência de imprensa ele declarou,
sem papas na língua: ‘Nesse torneio sou o mais jovem, mas também o mais forte!
Eu quero conquistar o primeiro lugar’. Eu me lembro como Reshevsky, que tinha
muito ciúme do sucesso de seu jovem compatriota, prontamente disse com malícia:
‘Ficarei feliz em terminar em décimo nono lugar se Fischer for o vigésimo!’”
Acredite
ou não, mas o desejo de Reshevsky com relação a Fischer quase se tornou
realidade: Fischer dividiu os 13º-16º lugares, marcando somente 8(1/2) pontos
em 19 (+3-5=11)! Esse foi o maior fracasso em toda a carreira do décimo primeiro Campeão Mundial [grifo do RC]. (...) Enquanto isso, nesse torneio o veterano
norte-americano conquistou um de seus maiores sucessos, dividindo o primeiro
lugar com Kortchnoi e terminando 4(1/2) pontos à frente de Bobby! Na sequência,
para explicar seus “lances suicidas”, Fischer reclamou da fraca iluminação do
salão. É possível não estivesse sendo hipócrita, pois mais tarde suas
reclamações sobre a iluminação se tornaram lendárias...
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