quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

O cavalo de Philidor

Por Fernando Melo

    Eu estava dormindo quando o telefone tocou. Duas da madrugada! Quem será? Era Orson Wells!  A surpresa não podia ser maior! Está sabendo? Ele foi logo perguntando. Eu disse que não estava sabendo de nada. Ah! então você vai saber agora. Acabei de transmitir para o mundo a invasão de um cavalo no plenário da Câmara Federal, em Brasília. Logo senti que Welles estava de brincadeira.
    Não, falo sério, disse ele como se tivesse lido meu pensamento. E lembrei de você porque o cavalo era o de Philidor. Sei que você o conhece. Ele repetiu a façanha depois de três séculos!. Eu estava sonolento e queria mesmo dormir, mas Orson Wells insistiu.
    Vou te contar, tim-tim por tim-tim. O cavalo entrou totalmente desgovernado, derrubou quatro seguranças e cinco minutos depois cerca de 300 deputados eram pisoteados pela avalanche que o cavalo philidoriano provocava. Patadas, cabeçadas, mordidas, um inferno. Até o presidente da Câmara, que tentou se proteger numa roda de baixo-cleristas, teve sua perna atingida por uma senhora mordida. A bancada evangélica gritava e invocava o nome de Jesus, dizendo que só podia ser praga dos aposentados, que segundo os parlamentares é a pior que tem. E motivo não faltava aos velhinhos! O fato é que a notícia realmente correu mundo. A policia federal foi convocada para descobrir o dono do cavalo e como ele conseguiu que este animal enfurecido entrasse no plenário durante uma sessão .
      De manhã cedo, logo que acordei fui saber das noticias na internet. Nada sobre o cavalo de Philidor. Fora um sonho (ou pesadelo), csstigo por eu ter acompanhado, pela TV,  a sessão plenária da Comissão de Ètica da Câmara, no julgamento preliminar do Predidente da Casa, que durou um  tempão, com muiito blá-blá-blá e nenhuma decisão.  

Um comentário:

  1. O dele tá guardado Fernando. Na próxima sessão ele não escapa. Pode escrever.

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