O dia estava começando quando, nove anos atrás, o telefone tocou. Atendo. Era José de Aracoeli, um amigo de longas datas, ex-colega de trabalho e de militância petista. Fazia tempo que não falava com ele. Cada um tocando suas vidas em campos agora distantes. Ele ainda no trabalho e eu aposentado. Estranhei quando me perguntou se eu estava sabendo. Havia algo no ar, notícia boa ou notícia ruim. Notícia alegre, ou notícia triste. Também sentia que só podia ser algo de impacto, para motivar Aracoeli fazer tal ligação.
Fischer morreu! Recebi a noticia com uma forte reação que se prolongou por três dias. Fiquei triste, muito triste, bastante triste. Era dificil aceitar, mas eu acreditei logo, pois este meu amigo nunca foi de brincadeiras, principalmente por saber de minha aproximação sentimental com Bobby Fischer. Corri para a internet e la estava estampada a noticia, dando conta de que a causa da morte foi complicação renal. Morreu no dia 17 de janeiro de 2008, aos 64 anos!
Minha aproximação com Bobby Fischer é bem antiga. A primeira vez que ouvi falar em seu nome foi em 1956, quando eu tinha 11 anos e ele 13 anos. Mas só mais tarde, bem mais tarde, quase 30 anos depois eu vim a conhecer Fischer com mais profundidade e mais interesse, graças as conversas que tive com o saudoso Dr. Luis Tavares!
Hoje, amadoristicamente, me considero um biógrafo de Fischer. Tenho prazer, paixão mesmo , em conhecer suas partidas. O que mais me interessa é sua vida até 1972, quando contava com 29 anos e foi Campeão Mundial, ao derrotar a Escola Russa. Sim, na verdade, Fischer não derrotou só Spassky. Tento provar isso no meu livrinho que esta saindo agora em fevereiro - O Escudeiro de Caíssa.
Hoje, discípulo da Doutrina Espírita, vejo a morte de Fischer com mais naturalidade. Para mim, ele continua vivo todos os dias. Tento as vezes, sob forte concentração, conversar com ele, mas até agora ele não veio ao meu encontro. Estou esperando. Ele vai chegar, um dia ele vai chegar, e estudaremos juntos algumas de suas partidas! Ele tomndo água e eu tomando vinho. Vou esperar esse dia!
Bela crônica Fernandão. A sua altura!!!
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