Por: Arthur Olinto
A lendária Judit Polgar usando um computador da "era dos dinossauros" (fonte: facebook) |
Computadores:
muitos foram encantados pelas facilidades dessas máquinas. Inclusive nós,
amantes da nobre Arte de Caíssa. Infinitos programas de xadrez foram criados
para o treinamento de jogadores. Finais, meios-jogos, aberturas; a variedade é
enorme. Aliás, qual o jogador de xadrez que não tem um programa para preparar
uma abertura contra o oponente da próxima rodada? Eu mesmo sou um fã de
carteirinha do Chessbase e sua infindável database. Porém, aqui vale fazer um
questionamento: até que ponto a preparação computacional pode estagnar a mente
de um jogador? Muitos falavam nos círculos enxadrísticos que o computador iria
acabar com o xadrez. Tudo acabaria em um eterno empate. Para o nossa alegria,
isso não acontecerá a depender dos acontecimentos recentes. Como todo gênio, o
Norueguês Magnus Carlsen está revolucionando esse conceito de que o computador
é o melhor amigo do jogador de xadrez. Conforme o GM Rafael Leitão destacou em
seu blog: “Ele joga qualquer coisa, raramente tem grande vantagem na abertura,
mas comete poucos erros táticos e tem uma paciência e técnica de finais
impressionantes.” O fator humano está de
volta. E Magnus tem mostrado que esse fator é mais forte do que se pensava. O
filósofo britânico G.K.Chesterton, certa feita, disse algo que descreve os meus
sentimentos com relação a esse Efeito Carlsen. Há mais de 100 anos atrás ele
declarou: “Nenhuma das máquinas modernas, nenhuma das parafernálias modernas (...)
têm algum poder sobre alguém, exceto sobre aqueles que optaram por usá-las.” As
máquinas não têm poder sobre Carlsen. E ele, como todo prodígio, vem desafiando
os conceitos do seu tempo. Eis aí a nova revolução.
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