quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Uma análise cética sobre o Rating Fide

Por Arthur Olinto

Há tempos que venho postergando esse post. Depois de muitas conversas com várias figuras ilustres do xadrez, algumas até consideradas folclóricas, resolvi postar algo relacionado a isso. Rating Fide: esse nome assusta muita gente. Mas qual relevância tem o Rating? Ele realmente diz a força real do jogador? Penso que não. Nos torneios recentes temos visto fortes jogadores, GM´s inclusive, perdendo para jogadores com 200, 300 e até 400 pontos de diferença de ELO. Na Taça João Pessoa vimos a 13ª pré-ranqueada vencer o torneio; e o vice-campeão era o 24º da lista inicial. Isso nos mostra que o rating não reflete a verdadeira força desses jogadores, visto que eles estão em ascensão. Qualquer jogador pode melhorar seu nível de jogo, desde que se dedique a praticar e estudar com afinco. Então, em toda a partida, um jogador nunca deve analisar seu oponente pelo seu rating, pois ele pode estar iludido quanto ao verdadeiro nível de jogo do seu adversário. Por mais que seja um clichê, devemos dar o nosso melhor contra qualquer jogador, independente do rating. Isso vale especialmente para os jogadores mais fortes; afinal, nunca se sabe quando uma Florência Fernandez cruzará o nosso caminho.

13 comentários:

  1. Mês passado torneio em natal, o jogador Diogo de rating 1892 por pouco não vence o torneio com muita gente forte. As pessoas formam seus rating baixo e começa a estudar ou volta a estudar. Ocorre isso ai que arthur citou. Bom lembrar que Paulo Barbosa disse que a turma em são paulo de 1800 e pouco e 1900 em diante tem força de acima de 2000....texto de arthur correto por demais..

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  2. Concordo com o Arthur. E se para os "fortes" jogadores pesa a experiência que não se deixa levar por lances inocentes ou até fatores extra campo, tais como equilibrio emocional, para os "novatos" conta a atualização frequente em sites e tempo para osestudos individuais, ou até por ter a informática como aliada habitual. Me desculpem se estou errado, mas, estive em Natal e não ví isto que o Fernando relatou. O que ví foi o garoto vencendo muita gente, porém longe do título. Aproveito para me afastar um pouco dos torneios, pois preciso concluir o trabalho de tese que iniciei.Para o ano eu volto. Arthur, foi um imenso prazer conhecê-lo. Att: João Zirpoli.

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    1. Só uma ressalva, mestre Zirpoli! O comentário de melo_43 é de Sílvio Sá e não meu! No mais, desejo-lhe sucesso nos seus estudos! Até breve!

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    2. Obrigado Fernando. Abraço a todos na Paraiba (terra natal de meu pai). João

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  3. Amigo Zirpoli, o comentário de muita gente que joga bem chess era que Diogo estava ganho para Jatobá. Dizer que estava ganho é uma coisa e ganhar é outra. Porém, a partida foi tablas. Diogo, me disse no final da partida: Estava melhor ! Contudo aceitei empate pq é muita pressão e Jatobá é muito forte. Caso Diogo vence Jatobá, creio que ele jogaria com Iack com chance de ser campeão ! Se iria ganhar? É outra coisa.....mas seria até uma grata e merecida surpresa na crescente de Diogo no torneio.O texto do nobre Arthur é sobre rating fide e veja o de Diogo 1892 e compare os adversários de Diogo....Digo aos amigos que Rating Fide é besteira e mais uma prova ficou caracterizado no torneio de natal. Mestre Diogo tinha rating 1892 e tem força para acima de 2000. Com desempenho dele obteve uma pontuação muito boa e merecida em razão das vitórias com êxito ! saudações enxadristicas !!

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  4. Boa analise, Mestre Arthur: fria, calculista e real... Acrescentaria que já aconteceu e continua acontecendo muitos torneios pelo Brasil afora e pela América latina, (não tenho conhecimento pelos demais continentes), com características próprias e especificas, fabricando: “RATINGs”. Complementando sua justificativa a irrealidade ELO na sua analise.

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  5. jogador de 2000 e pouco, pega um cara como Luis Antônio que quase sai rating de 1700 e pouco... pergunto: Alguém tem dúvida que o jogador de 2000 e pouco teria dificuldade de ganhar de Luis Antônio? Tá provado que ELO fide em determinados casos, não mede os conhecimentos enxadristicos da pessoa.

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  6. amigo zirpoli, melo_ 43, não é fernando...é silvio amigo conforme fernando já citou ai....abraçosss

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  7. Rating Fide é Rating Fide, não podemos isolar o versículo e criar uma nova seita, temos que levar em conta o contexto, milhares de torneios ai que prevalece sim a força do rating.

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  8. O ponto não é esse, Joaquim. Em nenhum momento eu disse que devemos desprezar o rating, ou "isolei algum versículo", nem pretendo criar uma nova seita. Rs. Sem dúvida, na maioria dos casos o rating prevalece, mas esse não é o cerne da minha análise. Meu argumento é que o rating não pode refletir de maneira 100% confiável a força de um jogador, devido as grandes contingências que há no nosso esporte. Marcelo levantou um ponto interessante. Muita vezes as pessoas "compram" rating, o que é um acontecimento lamentável, que acaba manchando o espírito de cortesia e amizade que há no xadrez. Um abraço!

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  9. Este comentário foi removido pelo autor.

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  10. Confesso que minha resposta não foi em termos argumentativos. Em suma :

    1- O maior rating nem sempre vence
    2- Os jogadores têm rating
    3- Logo, os jogadores com maior rating nem sempre vencerão.

    Creio que não há nenhuma discordância em relação a duas primeiras premissas; o que valida automaticamente a conclusão. Portanto, para se negar meu argumento, há de se negar a primeira premissa, o que é logicamente impossível. O ponto é : em todos os ângulos, principalmente o do jogador mais forte, não se pode desprezar --- ou supervalorizar --- o seu adversário pelo rating, pois o ELO não delineia com certeza a sua real força. Espero ter clareado mais minha argumentação. Um abraço a todos!

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