terça-feira, 19 de março de 2013

Balanço do Bobby Fischer

Vejam esse link. Nele, observamos que, há exatos 3 meses, dávamos início aos preparativos para o IV Memorial Bobby Fischer. Naquele dezembro, conversando com Klebber Maux, ele comprara a ideia de dirigir essa edição do torneio que já havia cativado uma legião de jogadores do nordeste e mesmo de boa parte do país. Após um intenso trabalho de divulgação aqui no blog e da difícil tarefa de Klebber para promover e organizar o torneio, o que, certamente  lhe custou muitas horas de convívio familiar e até adiamento de compromissos profissionais, o Memorial enfim aconteceu. Apesar dos problemas que devem ter acontecidos, dada a magnitude do evento, o balanço geral deve ter sido positivo, para o bem do xadrez nordestino e, especialmente, paraibano. Aqui, queremos destacar alguns tópicos que reputamos oportunos, como forma de contribuir um pouco com a avaliação da competição:

- Vale lembrar todos os premiados dessa edição do Memorial: Roberto Calheiros (1º - PE), Iack Macedo (2º - RN), Sadi Dumont (3º - RJ), Paulo Jatobá (4º - BA), Fernando Sá (5º - PB), Ramyres Coelho (Melhor Feminino - PE), Neri Silveira (Melhor Veterano - RN), Francisco Cavalcanti (Melhor Master - PB), Roberto Carlos Hengles (Melhor Rating < 2000 - SP), Antonio Dutra (Melhor Rating < 1800 - PB), Thiago Félix (Melhor Sub-18 - PB) e Lucas Albuquerque (Melhor sem rating - PB).

- Dos 94 jogadores, 44 (46,3%) efetuaram pré-inscrição neste blog. O total de pré-inscrições foi de 65 jogadores, ou seja, 21 deles (32%) não participaram do evento. Como frisamos no encerramento do torneio, as pré-inscrições colaboram para a promoção do evento e para se medir o seu potencial de adesões.

- Tivemos o curioso fato de termos um torneio na Paraíba, onde o maior número de jogadores não foi desse Estado. Verdade! Como diria aquele político, provavelmente "nunca antes na história desse país" isso tenha  acontecido! Aqui da nossa terra tivemos 29 participantes. O campeão de adesão foi o RN, com 30 inscritos. Um grande delegação também foi a de PE, com 19 enxadristas. Na sequência prestigiaram o IV MBF: BA (4), SP (3), RS (2), SE (2), CE (1), GO (1), MG (1), SC (1) e RJ (1). O total foi de 94 jogadores.

- Ainda que seja válida a ideia de permitir a participação de qualquer jogador interessado, um torneio com quase 100 participantes tem seus problemas estruturais. Uma delas é a questão do espaço físico. Como o local é negociado com antecedência, a flexibilização do número de participantes além do previamente regulamentado, mesmo que seja louvável, pode comprometer um pouco o conforto do salão de jogos. Contudo, se pensarmos exclusivamente sob o ângulo da confraternização, está valendo o sacrifício!

- Outro aspecto relacionado ao número de jogadores elevado é que, em função da quantidade fixa de rodadas, no caso 6, ao final do torneio aumenta-se sobremaneira a chance de se chegar com muitos jogadores com mesma pontuação, levando a decisão para o critério de desempate. No nosso caso, tivemos ao final 5 jogadores no topo, com 5 pontos. Para isso contribuiu decisivamente o grande número de jogadores e o pouco número de rodadas, proporcionalmente. Claro é que essa reflexão não tira o mérito do campeão, cujo desempenho foi bastante meritório e teve um desempate favorável justamente por ter enfrentado oponentes teoricamente mais preparados, conforme revela o Bulchhoz. Contudo, ficou um pouco a sensação de que poderia haver ainda mais disputa.

- Em relação às participações individuais algumas delas merecem destaque. É o caso do paulista Roberto Carlos Hengles (1885), deficiente visual, hexa-campeão brasileiro para jogadores com essa condição, que teve um ótimo desempenho, vencendo bons jogadores como Alexandre Machado (PB-2080) e MF Máximo Macedo (RN-2062) e empatando com Neri Silveira (RN-2225). Também anotamos a boa campanha do jovem esperancense Rodrigo Soares (1970) que somou 4 pontos (14º), vencendo Sergio Murilo (PE-2125) e empatando com Douglas Torres (PB-2101) e Felipe Lobo (RN-2145).

- No tocante às surpresas do certame, vale lembrar as derrotas de Paulo Jatobá (BA) e de Iack Macedo (RN), ambas já na 3ª rodada, para os fortes Evandro Rodrigues (PB) e Rafael Cabral (PE), respectivamente, o que praticamente afastou as chances daqueles dois favoritos conseguirem vencer o torneio.

- Por fim, não há como deixar de registrar a última partida do torneio, disputada no apuro de tempo, que poderia ter definido outro campeão se Sergio Jovelino (PE) vencesse Fernando Sá (PB), o que levaria o pernambucano a chegar sozinho aos 5,5 pontos. Jovelino levou a partida até as últimas consequências, com bastante espírito de luta, abdicando de empates por repetições forçadas de lances, visto que Sá não tinha como evitá-las, se quisesse evitar a derrota. Jovelino acabou sacrificando o jogo no aperto do tempo, perdendo a partida e deixando o caminho livre para Roberto Calheiros (PE) sagrar-se campeão.      



2 comentários:

  1. Diante de tantas dificuldades... por vários momentos antes e durante todo torneio, meus pensamentos se voltavam para o Frank Lins. Quando eu não sabia qual a melhor decisão tomar, sabia como ele decidiria. Um simples exemplo, entre muitos, foi quando Jatobá me ligou do aeroporto de Recife às 9h... eu sabia que o Jatobá não chegaria a tempo na primeira rodada de 1h30min. Imaginei o que o Frank faria se eu pedisse conselho, imediatamente liguei para um amigo taxista e mandei buscar o Jatobá urgentemente do aeroporto de Recife até o Xenius Hotel em João Pessoa, sabia que o Frank pagaria a corrida e eu paguei. O Jatobá chegou a tempo e jogou. Foi assim que conseguimos vencer muitas dificuldade. Em muitas madrugadas acordava preocupado... mas sentia a garra e a força do Frank, também do Fernando Sá e do Silvio. Tenho certeza absoluta que o Frank naquele encerramento iria desembolsar uns R$ 1.000,00 ou R$ 1.5000,00 reais para aumentar a premiação. Frank ficaria muito feliz com a beleza do torneio. Depois chamava alguns e pagaria um jantar no restaurante Família Mucine ou no Ypon. Concluo com um conceito do filósofo Aristóteles... "o amigo é aquele que tem uma só alma." E a todos peço que devemos deixar em evidencia o nosso lema: GENS UNA SUMUS.

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  2. Valeu, Klebber! Só com pessoas como vc e os Fernandos nosso xadrez consegue sobreviver. Grande abraço.

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