sexta-feira, 9 de junho de 2017

Entrevista com Dr. Luiz Tavares!

Julho, 14, do ano de 1976
Dr; Luiz Tavares (E) e Mequinho (C)


Mequinho perdeu quatro quilos durante o Torneio Interzonal de Manila - Filipinas, em 1976. que conseguiu vencer. Chegou a ser ameaçado, inclusive de agressão física pelo norte-americano Walter Browne, sobre quem teve sua melhor vitória no torneio. Em certo momento das disputas houve falta de luz no salão dos jogos e o americano voltou a dar trabalho ao árbitro Florêncio Campomanes.


Herbert Carvalho

Tudo isso foi contado no Hotel Tambaú pelo ex-presidente da Confederação Brasileira de Xadrez, o médico pernambucano Luiz Tavares da Silva, ao enxadrista Herbert Carvalho, um dos fortes participantes do 43º Campeonato Brasileiro de Xadrez e enviado especial da Folha de São Paulo.
Esta entrevista teve direito de publicação concedidos a Fernando Melo (colunista de A União) e o jornal passa a divulgá-la em sua quase totalidade. 

OBS: As fotos publicadas nesta materia são de arquivo
 e não as publicadas na reportagem original do dia 14/07/1976.
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FILIPINAS : Um torneio de muita garra
Mequinho

Pernambucano de Recife e médico de profissão, Luis Tavares da Silva é um doa admiradores de Henrique da Costa Mecking, o Mequinho, cuja fama no mundo internacional do xadrez ele ajudou a criar, Neste momento ele está no Hotel Tambaú assistindo ao Campeonato Brasileiro de Xadrez e descansando da longa viagem de 35 horas de regresso de Manilla onde esteve até o final de Torneio Interzonal.

O dr. Tavares, que já foi campeão brasileiro e presidente da Confederação Brasileira de Xadrez, acompanhou o desenvolvimento da carreira do único Grande Mestre brasileiro desde o seu despontar, em 1965, quando ainda um garoto de apenas 13 anos, bastante magro e tão pequeno que quase não podia alcançar o tabuleiro, venceu o campeão nacional daquele ano.

A partir daí, Tavares teve a certeza de que aquele garoto tímido, vindo do interior do Rio Grande do Sul, chegaria a ser campeão mundial de xadrez. Foi então que, juntamente com um grupo de enxadristas da época, passou a atuar para propiciar ao futuro Grande Mestre as oportunidades necessárias ao desenvolvimento de todo aquele talento em potencial. 

Desde o princípio sempre acompanhou Mequinho em todos os Torneios Internacionais de importância, como ele mesmo conta: "A primeira vez foi na Tunísia, em Sousse, onde em 1967 ele jogou o primeiro Interzonal. Depois fomos por duas vezes a Hastings, depois em Lugano e em Augusta e 1974 quando ele foi derrotado por Korchnoi. Agora houve esta viagem a Manilla."

Tavares diz que sua admiração por Mequinho surgiu ao observar seu extraordinário talento, principalmente nas partidas rápidas, notando em seguida seu senso posicional e comportamento com relação ao xadrez e, enfim, sua dedicação e autocontrole na perseguição dos objetivos. 

(CONTINUA)

4 comentários:

  1. Há na literatura de xadrez brasileira alguma biografia digna desse nosso grande jogador Mecking?

    O sr. Fernando pai (o Kotov brasileiro) é uma pessoa muito indicada para essa tarefa histórica, não é?

    Aproveito pra parabeniza-lo pelo blog. Nunca deixe de cuidar dele com todo esse carinho: é uma fonte pra muitos amantes do xadrez. Desconheço um site em língua portuguesa com tal qualidade e longevidade.

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  2. Grande idéia, Anônimo. Fernando, você conhece pessoalmente Mequinho e também conviveu com personagens que marcaram a vida dele, como Dr. Tavares, dentre outros. Antes que você volte novamente prá Pasárgada - o que esperamos que não aconteça tão cedo - e até como prevenção nossa, dos enxadrista que lhe acompanham, sugiro que você agora se debruce a escrever um livro sobre a vida de Mequinho. Você e então fecharia o ciclo, escrevendo sobre o maior de todos e o melhor do Brasil.

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  3. ... o maior de todos (Fischer) e o melhor do Brasil (Mequinho).

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  4. Doutor Ivson!? Doutor Ivson! Vou pensar ... pedido seu tem muito valor! Vou pensar!!

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