sábado, 25 de setembro de 2010

EDITORIAL


Será que sou ingênuo, tolo, infantil ou qualquer outro assemelhado quando acredito nas pessoas, quando acredito que elas têm algo de bom que pode ajudar o desenvolvimento do xadrez? Estou dizendo isso porque ontem à noite, beirando à madrugada, comecei a reler A Interdição, um dos melhores romances de Honoré de Balzac, cujo primeiro capítulo termina com essas palavras fortes: "Pobre Bianchon! Nunca passará de um homem honesto."

Nessa peregrinação enxadrística, venho conhecendo pessoas e, aqui confesso, acreditando nelas todas. É claro que o ser humano tem defeitos, uns com mais outros com menos virtudes, mas o homem é transformado pelo meio em que vive e eu não posso concordar que no meio enxadrístico prevaleça a maldade humana, a inveja, o preconceito. Pode até existir aqui, alí, mas numa escala reduzida e com probalidades de se esvair. Não é com tristeza que vejo e sei de certas intrigas no meio enxadrístico, pois preciso encará-las com firmeza e agir, quando necessário e se convidado, com determinação e coragem. Eu não alimento intrigas, não concordo que um enxadrista desacredite por completo em um colega quando este peca uma vez, quando sabemos que outras vezes ele deixa de pecar. Um dos males do homem em sociedade é prejulgar, é condenar sem antes fazer uma reflexão. Quem quiser ser meu inimigo está perdendo tempo, pois o projeto que tenho em mente está além dessa barreira social. Não quero ser melhor nem pior do que ninguém, quero ser um defensor da causa que acredito e essa causa é o Xadrez. Só se pode conquistar louros, conquistar glórias, virtudes essas que são e devem ser depositadas aos pés da Deusa Caíssa, se acreditarmos e confiarmos nas pessoas que nos cercam. Sozinho, não somos nada! É preciso relevar certos comportamentos. Fulano não presta, beltrano é mau caráter, sicrano é ... Será que é isso mesmo? Será que essas pessoas não gostam de xadrez? Eu sei que ser como Bianchon, no meio enxadrístico, é uma tarefa que eu diria muito dificil, pois existe os bastidores do xadrez, que muitas vezes são mais perigosos do que os segredos e as ciladas do tabuleiro. Mas no mundo do xadrez, eu sonho, eu acredito que Bianchon não deve ser digno de pena, mas sim de orgulho.

Um comentário:

  1. Por mais grandiosos que tentamos ser não é fácil esquecer de momentos sofridos por ações desta natureza, e mais ainda quando vemos e sabemos de outras ações desta natureza no nosso meio e aí ficamos com aquela máxima que diz: GATO ESCALDADO FICA SISMADO ATÉ COM ÁGUA FRIA!!

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