Hoje
inauguramos a Seção 8 x 8, um espaço de entrevistas com expoentes do nosso
xadrez. Abrimos esta seção com o estimado Igor Macedo, forte enxadrista
do Rio Grande do Norte, mas, ultimamente, mais lembrado no nosso
"reino" por sua atuação como respeitado Árbitro FIDE de Xadrez (AF),
sempre convidado a conduzir eventos importantes da região. Nosso agradecimento
a Igor, pela entrevista, que inaugura a Seção 8 x 8 e orgulha o blog com sua
contribuição.
1. RC
- O xadrez do RN rima com a família Macedo. Quantos e quais são os membros da
família que jogam xadrez de forma competitiva?
Igor -
Nossa família por parte de meu avô paterno, Luiz Soares de Macedo Neto, tem uma
ligação muito forte com o Xadrez justamente pela paixão que o patriarca tem
pela nobre arte que vem desde a década de 40; transmitiu-a a todos os filhos
logo na infância; os filhos fizeram o mesmo com os netos; e os netos agora com
os bisnetos, tornando-se um legado familiar. Como ele mesmo gosta de dizer:
"Quem ajudou a criar meus filhos, em primeiro lugar foi Deus, depois o
jogo de Xadrez". Atualmente estão em atividade meu irmão MF Maximo Iack
Macedo, meu pai MF Maximo Valério Macedo, meu tio Alexandre Macedo e meu avô
Luiz Soares de Macedo. Eu mesmo já participei bastante, meus outros tios também
já participaram de vários eventos: Fabio Macedo, Haroldo Macedo e Nelson Macedo,
meu irmão Maximo Iuri Macedo, minha irmã Maice Macedo, minhas primas Renaissa
Macedo, Raiane Macedo, Riane Macedo e Ana Beatriz Macedo. Fora meus outros
primos por parte de mãe que também terminaram se envolvendo em competições,
devido a nossa influência. Mas todos os membros da família sabem jogar,
incluindo minha esposa e minha mãe. São quase 30 enxadristas na família, nas
reuniões não pode deixar de ter pelo menos uma mesa para um rodízio de
relâmpago.
2. RC
- Qual o feito mais significativo alcançado por um Macedo no xadrez?
Igor -
Para mim, tiveram vários significativos: Iack vencer a Semifinal do Brasileiro
em 2009 e conseguir uma norma de MI na Argentina em 2011 foram bem marcantes,
entretanto meu pai na decada de 70 ter vencido o JEBEM e medalha de Ouro no
JUB´s, deram bastante visibilidade ao Xadrez em nosso Estado, tornando-o um
ícone da modalidade. Meu pai é o maior vencedor de Estaduais, tendo sido
campeão estadual por 20 anos e Iack já é pentacampeão e 2º maior vencedor de
estaduais, ambos já foram Campeões de Regionais.
3. RC
- Além da promoção de torneios, existem outras atividades relacionadas ao
xadrez desenvolvidas pela sua família?
Igor -
O ensinar de maneira geral é muito presente em nossa família, todos gostam
muito de transmitir conhecimento, portanto foi natural unir o Xadrez e o
Ensino. Todos ensinam Xadrez, seja amadoristica, Semi ou profissionalmente
falando. No Espaço Xadrez Potiguar (funciona numa propriedade privada de meu
avô) desenvolvemos atividades ligadas ao ensino e treinamento de Xadrez,
principalmente voltadas ao público jovem, através da Academia Potiguar de
Xadrez.
4. RC
- Em termos de força enxadrística, Iack é hoje o principal nome dos Macedo. Há
na família alguma expectativa em relação ao seu futuro nos tabuleiros?
Igor -
Deixamos todos bem a vontade quanto a cobranças e expectativas, nossa filosofia
é a diversão e as amizades em primeiro lugar com relação ao Xadrez. Contudo
apoiamos as escolhas e procuramos dar oportunidades para o crescimento seja
qual for a atividade escolhida, com o xadrez não é diferente.
5. RC
- Quais atrativos existem na arbitragem do xadrez para um enxadrista como você,
com rating acima de 2200 e, portanto, com nível técnico para ser competitivo em
torneios?
Igor -
É verdade que prefiro jogar à arbitrar, mas minha maneira de ver a vida não me
deixa arrepender das escolhas que fiz, já que para mim um ideal e uma causa
suplantam interesses pessoais. Tudo começou quando resolvi contribuir e dar
continuidade ao trabalho desenvolvido por meu avô, pai, tios e Carlos Henrique
Pinto, que têm e sempre tiveram a missão de massificar o xadrez, sem esquecer
de avançar no alto rendimento. A década de 90 foi muito movimentada no Rio
Grande do Norte com meu pai e Carlos Henrique tocando projetos ousados, sendo o
mais bem sucedido possibilitar aos potiguares e visitantes vizinhos a obtenção
do Rating Fide, que era artigo de luxo na época, através de um Circuito com 13
torneios com distribuição de aproximadamente R$30.000 em prêmios. Além de
manter torneios Fide com regularidade após o Circuito. A necessidade em impor
um padrão em organização e a dificuldade com patrocínios me levaram a ter que
economizar com arbitragem. Meu pai, que é árbitro nacional, já tinha me
instruído muito bem sobre arbitragem, mesmo assim fiz um curso com o falecido
AI Dr. Rubens e comecei a por a mão na massa. Poucos anos depois comecei a
desenvolver junto a prefeitura municipal um projeto de divulgação e
implantação, e rapidamente os talentos começaram a surgir, além dos benefícios
pedagógicos, fatos que me estimularam e impulsionaram. Então a necessidade em
realizar eventos para que os fortes enxadristas e jovens talentos que estavam
surgindo pudessem aprimorar seu nível técnico, juntamente com a possibilidade
de formar fortes jogadores e fazer a transição dos mesmos para o ambiente
federativo foram mais combustível para que continuasse a seguir no ensino,
arbitragem e organização de eventos e me afastasse das competições. Não foi
nada planejado, mas acredito que foi inevitável.
6. RC
- Que eventos estão hoje consolidados no calendário anual do xadrez potiguar?
Igor -
O Magistral RN - Taça Unimed de Xadrez, que chegará a sua 10ª edição, e o
Aberto Xadrez Potiguar, a 7ª edição, são eventos Interestaduais consolidados,
mas temos também as competições internas: Estadual absoluto, feminino, menores,
juvenil, interiorano, relampago, jogos escolares, universitários, comerciários,
industriários etc. Nosso ranking estadual conta atualmente com mais de 2.300
enxadristas.
7. RC
- No RN existem empresas ou instituições que regularmente apoiam o xadrez? Se
sim, quais são e de que forma ocorre esse apoio?
Igor -
Sim, temos uma parceria consolidada com a Unimed, que patrocina o Magistral RN
- Taça Unimed de Xadrez. Além da Secretaria Estadual de Esporte e Lazer que
também nos dá um apoio importante.
8. RC
- O enxadrista Fernando Melo costuma se dirigir ao querido Luis Macedo, como o
paladino do xadrez! A vocação enxadrística do seu avô já chegou nos bisnetos?
Quem são eles?
Igor -
Em primeiro lugar gostaria de agradecer ao seu pai, Fernando Melo, pela forma
atenciosa como sempre nos tratou, em especial ao meu avô. A vocação já está
chegando, mas tudo muito espontâneo. Mariel, a primeira bisneta, filha de minha
irmã, tem 7 anos e já joga; Cecília, filha de Iack, tem 4 anos e já sabe
arrumar as peças e os movimentos, e já começou a "ensinar" a minha
filha, Sofia de 2 anos, que por enquanto só conhece algumas peças e simula
jogar. Há 2 meses nasceu o quarto bisneto, Matheus, filho de minha prima
Raiane.
Familia fantastica!
ResponderExcluirAbraço
GM Darcy Lima
Mas que uma história...Um Exemplo!
ResponderExcluirParabéns a todos!