domingo, 4 de novembro de 2012

Seção 8 x 8 - Igor Macedo


Hoje inauguramos a Seção 8 x 8, um espaço de entrevistas com expoentes do nosso xadrez. Abrimos esta seção com o estimado Igor Macedo, forte enxadrista do Rio Grande do Norte, mas, ultimamente, mais lembrado no nosso "reino" por sua atuação como respeitado Árbitro FIDE de Xadrez (AF), sempre convidado a conduzir eventos importantes da região. Nosso agradecimento a Igor, pela entrevista, que inaugura a Seção 8 x 8 e orgulha o blog com sua contribuição.





1. RC - O xadrez do RN rima com a família Macedo. Quantos e quais são os membros da família que jogam xadrez de forma competitiva?
Igor - Nossa família por parte de meu avô paterno, Luiz Soares de Macedo Neto, tem uma ligação muito forte com o Xadrez justamente pela paixão que o patriarca tem pela nobre arte que vem desde a década de 40; transmitiu-a a todos os filhos logo na infância; os filhos fizeram o mesmo com os netos; e os netos agora com os bisnetos, tornando-se um legado familiar. Como ele mesmo gosta de dizer: "Quem ajudou a criar meus filhos, em primeiro lugar foi Deus, depois o jogo de Xadrez". Atualmente estão em atividade meu irmão MF Maximo Iack Macedo, meu pai MF Maximo Valério Macedo, meu tio Alexandre Macedo e meu avô Luiz Soares de Macedo. Eu mesmo já participei bastante, meus outros tios também já participaram de vários eventos: Fabio Macedo, Haroldo Macedo e Nelson Macedo, meu irmão Maximo Iuri Macedo, minha irmã Maice Macedo, minhas primas Renaissa Macedo, Raiane Macedo, Riane Macedo e Ana Beatriz Macedo. Fora meus outros primos por parte de mãe que também terminaram se envolvendo em competições, devido a nossa influência. Mas todos os membros da família sabem jogar, incluindo minha esposa e minha mãe. São quase 30 enxadristas na família, nas reuniões não pode deixar de ter pelo menos uma mesa para um rodízio de relâmpago.

2. RC - Qual o feito mais significativo alcançado por um Macedo no xadrez?
Igor - Para mim, tiveram vários significativos: Iack vencer a Semifinal do Brasileiro em 2009 e conseguir uma norma de MI na Argentina em 2011 foram bem marcantes, entretanto meu pai na decada de 70 ter vencido o JEBEM e medalha de Ouro no JUB´s, deram bastante visibilidade ao Xadrez em nosso Estado, tornando-o um ícone da modalidade. Meu pai é o maior vencedor de Estaduais, tendo sido campeão estadual por 20 anos e Iack já é pentacampeão e 2º maior vencedor de estaduais, ambos já foram Campeões de Regionais.

3. RC - Além da promoção de torneios, existem outras atividades relacionadas ao xadrez desenvolvidas pela sua família?
Igor - O ensinar de maneira geral é muito presente em nossa família, todos gostam muito de transmitir conhecimento, portanto foi natural unir o Xadrez e o Ensino. Todos ensinam Xadrez, seja amadoristica, Semi ou profissionalmente falando. No Espaço Xadrez Potiguar (funciona numa propriedade privada de meu avô) desenvolvemos atividades ligadas ao ensino e treinamento de Xadrez, principalmente voltadas ao público jovem, através da Academia Potiguar de Xadrez.

4. RC - Em termos de força enxadrística, Iack é hoje o principal nome dos Macedo. Há na família alguma expectativa em relação ao seu futuro nos tabuleiros?
Igor - Deixamos todos bem a vontade quanto a cobranças e expectativas, nossa filosofia é a diversão e as amizades em primeiro lugar com relação ao Xadrez. Contudo apoiamos as escolhas e procuramos dar oportunidades para o crescimento seja qual for a atividade escolhida, com o xadrez não é diferente.

5. RC - Quais atrativos existem na arbitragem do xadrez para um enxadrista como você, com rating acima de 2200 e, portanto, com nível técnico para ser competitivo em torneios?
Igor - É verdade que prefiro jogar à arbitrar, mas minha maneira de ver a vida não me deixa arrepender das escolhas que fiz, já que para mim um ideal e uma causa suplantam interesses pessoais. Tudo começou quando resolvi contribuir e dar continuidade ao trabalho desenvolvido por meu avô, pai, tios e Carlos Henrique Pinto, que têm e sempre tiveram a missão de massificar o xadrez, sem esquecer de avançar no alto rendimento. A década de 90 foi muito movimentada no Rio Grande do Norte com meu pai e Carlos Henrique tocando projetos ousados, sendo o mais bem sucedido possibilitar aos potiguares e visitantes vizinhos a obtenção do Rating Fide, que era artigo de luxo na época, através de um Circuito com 13 torneios com distribuição de aproximadamente R$30.000 em prêmios. Além de manter torneios Fide com regularidade após o Circuito. A necessidade em impor um padrão em organização e a dificuldade com patrocínios me levaram a ter que economizar com arbitragem. Meu pai, que é árbitro nacional, já tinha me instruído muito bem sobre arbitragem, mesmo assim fiz um curso com o falecido AI Dr. Rubens e comecei a por a mão na massa. Poucos anos depois comecei a desenvolver junto a prefeitura municipal um projeto de divulgação e implantação, e rapidamente os talentos começaram a surgir, além dos benefícios pedagógicos, fatos que me estimularam e impulsionaram. Então a necessidade em realizar eventos para que os fortes enxadristas e jovens talentos que estavam surgindo pudessem aprimorar seu nível técnico, juntamente com a possibilidade de formar fortes jogadores e fazer a transição dos mesmos para o ambiente federativo foram mais combustível para que continuasse a seguir no ensino, arbitragem e organização de eventos e me afastasse das competições. Não foi nada planejado, mas acredito que foi inevitável.

6. RC - Que eventos estão hoje consolidados no calendário anual do xadrez potiguar?
Igor - O Magistral RN - Taça Unimed de Xadrez, que chegará a sua 10ª edição, e o Aberto Xadrez Potiguar, a 7ª edição, são eventos Interestaduais consolidados, mas temos também as competições internas: Estadual absoluto, feminino, menores, juvenil, interiorano, relampago, jogos escolares, universitários, comerciários, industriários etc. Nosso ranking estadual conta atualmente com mais de 2.300 enxadristas.

7. RC - No RN existem empresas ou instituições que regularmente apoiam o xadrez? Se sim, quais são e de que forma ocorre esse apoio?
Igor - Sim, temos uma parceria consolidada com a Unimed, que patrocina o Magistral RN - Taça Unimed de Xadrez. Além da Secretaria Estadual de Esporte e Lazer que também nos dá um apoio importante.

8. RC - O enxadrista Fernando Melo costuma se dirigir ao querido Luis Macedo, como o paladino do xadrez! A vocação enxadrística do seu avô já chegou nos bisnetos? Quem são eles?
Igor - Em primeiro lugar gostaria de agradecer ao seu pai, Fernando Melo, pela forma atenciosa como sempre nos tratou, em especial ao meu avô. A vocação já está chegando, mas tudo muito espontâneo. Mariel, a primeira bisneta, filha de minha irmã, tem 7 anos e já joga; Cecília, filha de Iack, tem 4 anos e já sabe arrumar as peças e os movimentos, e já começou a "ensinar" a minha filha, Sofia de 2 anos, que por enquanto só conhece algumas peças e simula jogar. Há 2 meses nasceu o quarto bisneto, Matheus, filho de minha prima Raiane.

2 comentários: