AN Ari, GM Darcy, MF Mascarenhas, AI Pablyto e MI Perdomo |
Li com atenção, faz pouco tempo, a crônica do GM Darcy Lima no seu site xadrezdiario.com, quando narra a sua passagem pelo Aberto de Fortaleza 2012, e descreve o crescimento do xadrez nordestino nos últimos anos. Vamos transcrever na íntegra, pois entendemos que trata-se de um texto importante para conhecimento de todos os leitores deste blog, uma vez que temos informações valiosas do GM Darcy, um dos mais atuantes dirigentes na historia recente do xadrez brasileiro.
"Darcy quer dizer Fortaleza, segundo alguns deste dicionário de nome. Pode ser por isso que me sinto em casa, sempre que vou na maravilhosa cidade de Fortaleza do Estado do Ceará. Fui mais uma vez, de 4 a 8 de abril, para o Aberto organizado pelo AN Ari Maia. Cancelei o convite do Presidente da FIDE, Kirsan, para o seu aniversário (5 de abril) e a presença do Presidential Board da FIDE ,que ocorreu de 5 a 8 de abril, em Elista, pois tinha que estar presente neste esforço em retomar o rumo dos grandes torneios, em Fortaleza onde grandes eventos aconteceram.
Tenho especial lembrança de um deles. Foi no Náutico (perto do Hotel Ponta Mar onde jogamos agora em 2012, o Campeonato Brasileiro de 1979, onde, muito jovem, tive boa atuação e consegui o Prêmio de Beleza do torneio por minha vitória sobre o MI E. Limp. Lá também, no ano seguinte, em 1980,fui Campeão Brasileiro Juvenil enfrentando jogadores tão talentosos: Paollozi, de São Paulo (desqualificou o GM Milos na seletiva em SP), MI Sandro Heleno, de Brasília (viria a ser Campeão PanAmericano Juvenil) Rogério Becker, Hermes Amilcar, Flavio Daher, Daniel Goes, Cleobis Nogueira, Milton Braitt e , na época uma sensação cearense, então com 12 anos, chamado carinhosamente de Gonzaguinha.
Lá também grandes jogadores nasceram, cresceram, trazendo glórias ao Brasil pelo seu talento. Mestre Internacional Helder Câmara. Comte. Chico Alves, Ronald Câmara (que chegou a ser presidente da CBX e que levou a CBX na época para Fortaleza), Luiz Gentil e Luiz Gentil Junior, Fred Saboya, Gerardo Frota e tantos outros.
Ano passado, o ciclo havia sido retomado e o I Aberto de Fortaleza Xadrez Brasil tonha tido a vitória do GM Leitão e eu fiquei em segundo. Certamente este ano iria ser outro evento, pois o Ari havia começado seu trabalho cedo e tinha conseguido atrair desde jogadores Gigantes até pessoas em Miniatura. Uma pausa tem que ser feita e algumas palavras ditas sobre o Ari e seu cuidado organizativo. De enorme capacidade de trabalho e organização, ele entrou em cena e veio acrescentar ao enorme desenvolvimento da região Nordeste, graças a políticas de incentivo, como circuitos de torneio de MI (já são 2 e este ano será o terceiro) e palestras e cursos proporcionados pela CBX tanto quanto ao esforço de grandes nordestinos apaixonados por nosso jogo, que resolveram colocar a mão na massa e desenvolve nosso esporte organizando eventos, produzindo blogs, ajudando jovens.Aqui temos a família Macedo no, Rio Grande do Norte, Paixão e Wilter, na Bahia, Carlos Viana e Ney Lúcio, em Sergipe, o grande Fernando Melo, Klebber, Chiquinho e Dácio, na Paraíba, MF Marco Asfora e Byron, em Pernambuco, José Gomes e Luis Carlos, no Piauí. É uma explosão que sendo continuada está trazendo cada vez mais frutos.
Salão de jogo excelente, arbitragem de nível internacional, hotel de frente para a praia, torneio começando na hora, trato cordial com os jogadores. A marca de uma excelente organização foi só surpresa para os que não conhecem a preocupação do organizador citado para que tenhamos um evento de altíssimo nível.
Antes de começar a análise técnica, vale lembrar que foi lançado o anuário II do Xadrez Cearense. Uma obra do Francisco Ari, que é um resgaste à memória das partidas de todos os cearense jogadas em 2011 (o Anuário I do Xadrez Cearense vem com as partidas de 2010). O Ari, que comporá a chapa do atual presidente AI Pablyto Robert, para a próxima eleição, foi "intimado" por mim a criar para o xadrez brasileiro, também a partir de 2013, com as partidas de 2012 um anuário. Boas idéias tais como esta do Ari e algumas do Fernando Melo, sempre aproveitamos para incorporar.
O torneio em si foi muito disputado e com o Blitz no meio fez com que fosse colocado à prova a condição física dos jogadores também. Na última rodada muitos poderiam ter ganho o torneio e ele terminou indo merecidamente ao GM Krikor. Ele não jogou desde o início nas primeiras mesas, pois perdeu uma partida muito bem jogada por uma das revelações do Nordeste, o MF Iack Macedo. Mas por que merecido então? Porque ganhar um torneio é tão difícil e não um caso de sorte. Fazer pontos para estar entre os primeiros não é caso de sorte. Para mim, todo critério pré-estabelecido é correto e embora alguns são mais "injustos" (eu pessoalmente considero os milésimos medianos os mais justos mas não devem ser considerados sem distorções) que outros mas, se te favorecem em um torneio, te prejudicam em outros.
Eu gostei das minhas partidas e acho que ganhando 7 pontos de rating FIDE (vou agora a 2516) me sinto feliz por estar ainda subindo, mesmo com tantas atividades que realizo.
Das minhas partidas gostei muito da jogada com o MF Vinicius Tine, que comento abaixo e da partida contra o Campeão Brasileiro Amador, o goiano Aquiles Machado(também comentada). Fiquei perdido, mas safei em um final de peão a menos com o GM El Debs e infelizmente não consegui aumentar a pequena vantagem que tinha com preta frente ao GM Vescovi (também comentada), na ultima rodada e que me daria os mesmos pontos do campeão.
Dois torneios seguidos no Nordeste (Teresina e Fortaleza) e vem uj terceiro por aí. Mais uma dose de hospitalidade, competência e organização. agora com a família Macedo: o Aberto de Natal de 7 a 10 de junho. Não percam!!! "
Querido e grande amigo Darcy.
ResponderExcluirLhe conhecí naquele Pan Americano em Blumenau em 95... éramos bastantes jovens. Mas nunca esquecí em João Pessoa, acho que era 1998, em uma reunião no Tambaú Hotel quando pedí para me retirar porque tinha uma prova de eltromagnetismo na Universidade Federal (estava concluindo o curso de Física) e você me disse... é Klebber é preciso ter mais paixão para com o xadrez.
Na verdade sai chateado com o que você tinha me dito, mas depois de 12 anos entendí aquela frase... e fico triste... pelo pouco que fiz pelo xadrez! O quanto não amei o xadrez suficiente... o quanto eu era imaturo, arisco e chato. Hoje procuro fazer o máximo, ajudar meu grande amigo Melo e Marco Asfora e outros.
Darcy, me desculpe por ter demorado a me apaixonar pelo xadrez! Fiz muito pouco!
Mas, agradeço quando voltamos de Maceió, depois de oito horas de viagem, muita chuva, chegando às 3 horas da manhã em João Pessoa e naquele mesmo dia, eu tinha desde às 7 horas da manhã até 18h ministrado 10 aulas de xadrez nas escolas, e nos encontramos a noite para jantar (eu não tinha almoçado e nem descansado) e voçe me disse: mestre Klebber, pelo xadrez você trabalha como um leão.
Parabéns pela crônica Darcy. Percebo que temos que chegar o mais rápido nas crianças e nos jovens!
Também agradecemos o respeito que você tem pelo nordeste. Sempre você está presente entre nós. Percebí que o que você diz e promete para nossa região você cumpre. Nossa inveja é que você ama o nordeste mais do que o próprio nordestino, você consegue ser ao mesmo tempo paraibano, pernambucano, riograndese, alagoano, todos os estados nordestinos ao mesmo tempo.
Grande abraço
Klebber Maux Dias
GENS UNA SUMUS