Certa vez o Dr. Luis Tavares me esclareceu porque Bobby Fischer não era mercenário. Fiquei plenamente satisfeito com a explicação. Hoje, lendo o Volume 1 de Meus Grandes Predecessores, de Garry Kasparov, mas especialmente sobre Emanuel Lasker (foto), me deparo com uma passagem que Fischer iria seguir muitos anos depois, ou seja, dignificar o xadrez profissional. Lasker as vezes era criticado por não aceitar desafios pelo título mundial (Steinitz sempre aceitava). Mas vejamos o que ele tem a dizer sobre isso:
"Eu estava pronto para jogar um match com qualquer desafiante, somente se o mundo do xadrez desejasse ver esse match e confirmasse esse desejo não somente verbalmente, mas tambem materialmente. É claro que eu certamente não queria ser objeto de exploração. Eu estava ameaçado pelo destino de jogadores que ou morreram de fome, como Kieseritzky, Zukertort ou Mackenzie, ou como Steinitz e Pillsbury, terminaram na dependência do seguro social e, degradados e com distúrbios mentais, terminaram seus dias em hospitais psiquiátricos. Eu estava pronto para dar a minha arte e meu pensamento ao mundo do xadrez, e dessa forma animá-lo e contribuir para o desenvolvimento do jogo, mas eu exigia que o mundo assumisse a responsabilidade por isso e a carregasse até o fim".
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