segunda-feira, 19 de abril de 2010

Meus amores pela BIRD


Fernando vs Paulo














Jogar a Abertura Bird é uma permanente satisfação. Sinto um prazer enorme quando enfrento adversários de qualquer força que me permitem jogar "meu lance secreto". Aconteceu no I IRT Memorial Machado de Assis, na última rodada, ontem à tarde, contra o praticamente virtual campeão do torneio (terminou sendo ele mesmo), o talentoso Paulo Barbosa, que já conquistou uma legião de admiradores na Paraíba, pelo seu jogo seguro e sua enorme vontade de vencer, e que acabava de chegar da Europa (Portugal, Espanha, França), com muita gana. Pois bem, e lá fui eu enfrentá-lo nesta última rodada. Ele com 5 pontos e eu com 2 pontos. Ele com ELO acima de 2200 e eu acima de 1800, praticamente 400 pontos de diferença! Logo no movimento nº 11, Paulo jogou ...Tab8. Este lance me surpreendeu. Então ele queria jogar na Ala da Dama?! Senti um forte alívio, pois gosto da Bird jogando forte na Ala do Rei. Neste instante meu plano foi criado: trocar o bispo das casas brancas e partir com "meus segredos birdianos". Infelizmente não posso contar aqui que segredos são esses porque, de brancas, jogarei até morrer 1.f4 e se falar de mais vão terminar descobrindo tudo que aprendi com muito sacrifício. Mas para jogar 12.Bd3 pensei muito, talvez uns 20 minutos ou mais. Eu queria ter certeza de que meu ataque na Ala do Rei não tinha falhas. E Paulo me surpreendeu de novo ao jogar 12...b5. Logo pensei: estou com sorte... Vou calar a minha boca, até mesmo porque o Carlos Capivara a essa altura deve está lendo essa noticia (quando for publicada, é claro) e vai se mostrar muito interessado em descobrir os labirintos da Bird à minha custa. Vai não, Doutor. Não conto para ninguém, muito menos para você, afinal, vai ter que amargar a surra que lhe apliquei no Nordestão de 2009 durante um bom tempo, e como no Aberto de Recife você "vai mexer os pauzinhos" para me pegar no emparceiramento, porém se eu jogar de brancas, se prepare que a Bird vem com força! Quem tiver interessado em saber como foi a partida com Paulo basta se comunicar comigo ou ver pelo site da FIDE, a partir de maio próximo, em PGN. A partida terminou em empate com 23 lances, mas foi a mais emocinante que já joguei em toda a minha vida. Quando fiz o movimento 18.Ceg6 !!, os meus colegas que jogavam suas partidas nas mesas vizinhas, se levantaram para ver e acreditar na minha ousadia. Foi um momento de muita emoção.

3 comentários:

  1. É disto que eu falo quando me refiro ao AMOR INCONDICIONAL PELO XADREZ!

    Mesmo com pouca pontuação no torneio e por isto mesmo sem chance de chegar aos primeiros lugares, o AMANTE consegue se emocionar "às lágrimas" numa única partida, normalmente, a "obra de uma vida".

    Parabéns pela partida, pelo empate, e pela emoção, que transbordou do blog e me atingiu em cheio, como deve ter atingido todos aqueles, que como Eu, apesar de pertencer a família dos roedores, emociona-se SIM com um único, porem trabalhado, esperado e sonhado lance.

    É realmente uma emoção quando este lance acontece, e quando aconteçe contra um oponente de força superior, então é a GLÓRIA!!!!

    GENS UNA SUMUS!!!!!!!!!!

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  2. Fernando publique sua partida!!! Estamos curiosos!!!

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  3. Fernando,a partida mais importante de sua vida foi a que você jogou contra a grande campeão paraibana Frank Lins, em 1974, quando você tornou-se vice-campeão paraibano. Você, de brancas, havia se preparado para a temida francesa de Frank com o lance 2.Cd2. Mas o mestre lhe deu um drible de corpo e respondeu seu 1.e4 com uma siciliana. Aí deu no que deu...

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