O Café de la Regence, em Paris, no início da primeira metade do século XX, reunia figuras de expressão do mundo artístico e cultural, a exemplo de Charles Chaplin, Pablo Picasso, Ernest Hemingway, Ilya Ehenburg, e tantos outros, e não faltava, evidentemente, enxadristas que já jogavam como mostra a ilustração ao lado. Mas o título acima, o que tem a ver com a história que estou contando? Vamos explicar. O maior romancista e escritor brasileiro de todos os tempos, Machado de Assis, gostava muito de xadrez e ele teve oportunidade de fazer referência várias vezes em seus valiosos escritos.
No final da primeira metade do Seculo XIX, o romancista francês Alfred de Musset era um dos frequentadores desse famoso café. Gostava igualmente de xadrez. Machado de Assis, talvez inspirado em Musset, escreveu uma crônica que foi publicada em 1º de junho de 1877 na Ilustração Brasileira. Vejamos:
"Conta-se que no Café da Regência, em Paris, onde se joga o xadrez, dois adversários tinham encetado uma partida, quando entrou um freguês às 9 horas e meia e falou a um dos jogadores:
- Como tens passado, Janjão?
O jogador não lhe respondeu; mas, a meia-noite, acabada a partida, ergueu a cabeça e disse placidamente:
- Assim, assim. E tu?
O outro estava, desde as onze, entre os lençóis."
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