Por Joaquim de Deus Filho
Cuba, 1966 – Fischer x Spassky
Vejam que imagem sensacional de grandes ídolos do xadrez. Monstros sagrados que fizeram uma das mais importantes páginas da história do esporte: a famosa e significativa Olimpíada de Cuba , em 1966. Em plena guerra fria. Estados Unidos versus União Soviética.
Mas a fotografia tem outros detalhes que quero compartilhar com vocês. Há tempos pretendo defender uma "tese de doutorado". Isso mesmo! Pois tem cursos por ai de "mestrado e doutorado em Xadrez"... (Como Capivara é metido! Acho que o Nimzowitch deve se revirar no túmulo ao saber disso!).
Bem, como o bom e velho Joca, para quem não sabe, já é mestre, nada como um "doutorado". Vamos à tese: "Todo árbitro é chato!" Pode parecer implicância, “ranzinzice” de velho (5.9 na próxima semana!) , mas a verdade é que o Joca não gosta de árbitros.
Vejam, atentem mais uma vez para a foto em questão: Fischer e Spassky, verdadeiros deuses do Olimpo Caissano, comentam animadamente a mais esperada partida da Olimpíada, no tabuleiro número 1, cercados por feras não menos santificadas. Partida importante, decisiva, dois geniais futuros campeões mundiais!
De repente, mais que de repente, fotógrafos e repórteres se aproximam para tentar imortalizar o momento. Mas eis que chegam os tais "árbitros". Vejam só, como em todo o torneio, eles tomam a frente, interrompem o diálogo, "enchem o saco" (desculpe a linguagem chula, mas não tem sinônimo mais apropriado) querendo as tais "planilhas assinadas". Não esperam o término da análise, uma pressa irritante, constrangedora e desnecessária, em suma, chata! Eu não disse: todo árbitro é chato!
Árbitro é enxadrista que não deu certo. Como gosta do esporte, achou um jeito de continuar ali.
" - Chega de apanhar, vou ser árbitro, vou cobrar as planilhas...hahaha".
Árbitro é como goleiro: quando o cara é muito ruim, mandam para o gol! Tudo bem, vão me dizer de um ou dois monstros que são feras e árbitros, mas é a exceção da exceção!
Mas, meus queridos e chatos árbitros (me vem à memória vários de vocês. Estou mentalmente enfileirando-os pelo "rating da chatice!"), vou confessar uma coisa que só essa "bendita quarentena" poderia fazer: estou com saudade de vocês! Verdade, e sou sincero - Caissa seja testemunha -, não vejo a hora de terminar uma partida e comentando-a animadamente, receber sua delicada, bem-vinda e prazerosa presença: "planilhas, por favor!"
Belo texto, Mestre Joca.
ResponderExcluirEu também estou com saudade deles.
Um bom árbitro é aquele que não aparece , excelente texto.
ResponderExcluirFato, mas dizer que é aquele que nao sabe jogar é um tanto pretensioso e desrespeitoso.
ExcluirDivertido texto!
ResponderExcluirSe não insistirmos na obtenção das planilhas, tem grandes nomes do xadrez que ``somem`` com elas e depois é só dor de cabeça pra confeccionar os pgns que vão ficar cobrando da gente sem sombra de dúvidas..
ResponderExcluirMestre Ivanilson,como também sou (fui?) árbitro, posso deixar minha impressão sobre o texto, na condição de alvo! Há nele poesia! Percebo mais uma homenagem aos árbitros do que uma crítica real. Convenhamos: todo árbitro é chato mesmo, seja no xadrez, seja no futebol, seja no jogo de palitos! Faz parte do nosso mister sermos no mais das vezes burocráticos, para preservarmos a boa organização do torneio. OS jogadores sabem e respeitam isso, mesmo que nos achem compreensivamente chatos. O nosso Joca, com um texto muito bem escrito, apenas nos fez uma divertida provocação, que li como uma grata homenagem!
ExcluirIsso mesmo, Fernando!
ExcluirA leitura é essa.
Sim, é uma homenagem a esses chatos indispensáveis, imprescindíveis! Um grande abraço a todos e que fique entre nós: a saudade é até de árbitros, imagina só isso!! Espero rever todos vocês em breve, defronte à essa praia maravilhosa!
ExcluirBoa!!! Acho que todos estamos com saudades de ouvir os árbitros pedindo silêncio e as planilhas!
ResponderExcluirwww.cxguaira.blogspot.com
Excelente a crónica Joca. Ate parece Jo soares. Muito bom a sinopsis. Divertido. Let's go!! Saludos
ResponderExcluirExcelente a crónica Joca. Ate parece Jo soares. Muito bom a sinopsis. Divertido. Let's go!! Saludos
ResponderExcluirAté que enfim o Joca (Joaquim deDeus) resolveu compartilhar suas qualidades literárias. Se a história é narrada por heróis que não foram à luta, o historiador de xadrez é o eterno capivara - que não serviu nem para árbitro (mas está em boas companhias). O xadrez brasileiro está precisando de historiadores. Parabéns Fernando Melo, parabéns Joaquim deDeus.
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