O enxadrista Roberto Calheiros, atual campeão pernambucano e recente vencedor do IV Memorial Bobby Fischer, publicou hoje no blog Leão do Norte Xadrez, um inspirado texto que retrata, com bom senso de oportunidade, a genialidade de Magnus Carlsen, comparando-o apropriadamente ao gênio cubano José Raúl Capablanca. Com a licença do estimado Calheiros, reproduzimos aqui, na Seção Carlsen, esse belo artigo, para o deleite dos amantes do xadrez.
Carlsen
assombra pelo simples
Misticamente
falando, gosto de pensar que José Raul Capablanca passou 50 anos perambulando
pelo paraíso e resolveu finalmente voltar a este antigo planeta, só que trocou
Cuba pela Noruega.
Como
Capablanca, ele (Carlsen), anda invencível, desconcertantemente simples, possui
uma categoria elevadíssima de jogo posicional e, se estiver apegado à mais
mínima vantagem que for, ele as transforma (partidas aparentemente igualadas)
em inacreditáveis vitórias...
Como
Capablanca, é ocidental e caminha a passos firmes rumo ao match pela decisão do
título mundial com Vishy Anand.
É
uma espécie de Capablanca moderno, dono de uma técnica esplêndida, se dá ao
luxo de ignorar sofisticadas preparações de abertura. E como Capablanca,
também, dá a impressão de que pode jogar qualquer coisa e vencer...
Hoje
chegou à "impossível" marca de 2879 de rating, mas mesmo assim, quem
acompanha, acha que é tão fácil para ele...
Estamos
diante de uma nova e incrível força enxadrística, que desde 2004 vem inflando,
ocupando tudo e que provavelmente dominará o hermético mundo da elite do xadrez
mundial por um longo tempo.
Se
desenha um campeão do mundo como há muito tempo não se via, com um
"selo" de qualidade mundial incontestável, como o foi José Raul
Capablanca.
A
questão não foi vencer Svidler, o ponto é que Svidler vinha fazendo um torneio
duríssimo, invicto, com um repertório consistente e inovador. Impossível
vencê-lo com essa facilidade...Impossível !
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