quinta-feira, 21 de março de 2013

Seção Carlsen


O enxadrista Roberto Calheiros, atual campeão pernambucano e recente vencedor do IV Memorial Bobby Fischer, publicou hoje no blog Leão do Norte Xadrez, um inspirado texto que retrata, com bom senso de oportunidade, a genialidade de Magnus Carlsen, comparando-o apropriadamente ao gênio cubano José Raúl Capablanca. Com a licença do estimado Calheiros, reproduzimos aqui, na Seção Carlsen, esse belo artigo, para o deleite dos amantes do xadrez.

Carlsen assombra pelo simples

Misticamente falando, gosto de pensar que José Raul Capablanca passou 50 anos perambulando pelo paraíso e resolveu finalmente voltar a este antigo planeta, só que trocou Cuba pela Noruega.

Como Capablanca, ele (Carlsen), anda invencível, desconcertantemente simples, possui uma categoria elevadíssima de jogo posicional e, se estiver apegado à mais mínima vantagem que for, ele as transforma (partidas aparentemente igualadas) em inacreditáveis vitórias...

Como Capablanca, é ocidental e caminha a passos firmes rumo ao match pela decisão do título mundial com Vishy Anand.

É uma espécie de Capablanca moderno, dono de uma técnica esplêndida, se dá ao luxo de ignorar sofisticadas preparações de abertura. E como Capablanca, também, dá a impressão de que pode jogar qualquer coisa e vencer...

Hoje chegou à "impossível" marca de 2879 de rating, mas mesmo assim, quem acompanha, acha que é tão fácil para ele...

Estamos diante de uma nova e incrível força enxadrística, que desde 2004 vem inflando, ocupando tudo e que provavelmente dominará o hermético mundo da elite do xadrez mundial por um longo tempo.

Se desenha um campeão do mundo como há muito tempo não se via, com um "selo" de qualidade mundial incontestável, como o foi José Raul Capablanca.

A questão não foi vencer Svidler, o ponto é que Svidler vinha fazendo um torneio duríssimo, invicto, com um repertório consistente e inovador. Impossível vencê-lo com essa facilidade...Impossível !



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