No final de 1926 e início de 1927, o holandês Max Euwe jogou um match com o russo Alexandre Alekhine. Nessa época o campeão do mundo era Capablanca e Alekhine sonhava em desafiá-lo, daí esse match treino com o jovem holandês. Era de se esperar que o russo ganhasse fácil para o adversário, mas o resultado foi apertado: 5,5 a 4,5 (+3-2=5).
Vejamos o que o genial Tartakower (foto) tem a dizer sobre esse resultado:
" Para o jovem holandês Max Euwe, cujo jogo está repleto de uma ´saudável fantasia`, podería-mos ter-lhe desejado o mais brilhante futuro no xadrez, porém ele preferiu converter-se em professor de matemática. As façanhas enxadrísticas de que é capaz, apesar da dispersão de suas energias, foram colocadas em relevo em seu match com Alekhine, cujo desenlace se manteve incerto até as jogadas finais da décima e última partida. É interessante comprovar que em seus comentários ambos os jogadores consideraram essa luta não do ponto de vista teórico ou de milagres combinatórios, mas como uma série de duelos psicológicos, nos quais continuamente se buscam os aspectos débeis do jogo do adversário (o apuro do tempo de Alekhine na sétima partida, sua antipatia pela maçante formação stonewall (muro de pedra) na quinta e, como contraste, as incertas aventuras de Euwe nos labirintos combinatórios da décima). Na realidade, se apesar de todas as conquistas da teoria e da técnica há algo que pode permanecer como uma ciência eternamente jovem no xadrez, esse algo é a psicologia da luta. Para não perder o fio do caminho até a vitória, não é demais recordar que não ganha aquele que joga bem, mas certamente aquele que joga melhor".
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