Tenho quase certeza de que o Rei ficou muito decepcionado, de início, com o comportamnto da Rainha. Chegou mesmo a censurá-la, ao ponto de discutirem. Você não passa de uma devassa, uma licenciosa. Ela, confiante no que fazia, provocou o marido ao ponto de dizer: se queres me chamar de prostituta, fique à vontade. Você costuma prejulgar as pessoas, e não respeita nem sua honrada esposa. Honrada esposa? - perguntou o Rei, ainda indignado. Claro, meu lorde, disse ela com um riso no canto da boca. Eu precisava salvar o reino da fúria do seu maior inimigo, mas para tanto era necessário provocá-lo. Ele sabia que não era possível aceitar minha generosa oferta. É certo que eu me ofereci, me entreguei, mas se ele aceitasse morreria antes de qualquer gesto mais ousado.
Ao saber que o inimigo abandonou para sempre suas terras, expulso que foi pela artimanha de sua esposa, o Rei respirou aliviado, sorriu para a Rainha e os dois "deram-se os braços como há muito tempo não se usava dar e cheios de ternura e graça foram para a praça e começaram...". Bem, o resto vocês já sabem.
O leitor interessado em entender o texto acima, fruto da nossa imaginação, basta armar o tabuleiro e passar a partida jogada pelo Mundial de Equipes 2010, entre Boris Gelfand vs. Nikaru Nakamura, quando a dama de Nakamura ficou o tempo todo oferecida mas sem poder ser comida.
Nota: Agradeço a Jovany Medeiros pela indicação dessa partida, já que ele sabe do meu interesse pela India do Rei.
bela postagem.... muito legal!
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