No mundo de Caíssa, o xadrez profissional pode ter algumas manchas, porque onde passa o vil metal em alta escala, algo de pelo menos suspeito deve existir. O nosso Shakespeare via isso, em outro patamar, como no reino da Dinamarca. Eu fico imaginando as oportunidades que os Grandes Mestres possam ter em torneios de alta premiação. Vejam os torneios de Bilbao/São Paulo, Memorial Tal, em Moscou, e o torneio de Londres, o primeiro ocorrido recentemente, o segundo em andamento e que termina amanhã, e o terceiro em dezembro próximo. São praticamente os mesmos jogadores. Eles formam uma "igrejinha" e fica difícil algum outro penetrar. Vejamos um exemplo prático, com o que vem acontecendo com o Memorial Miguel Tal, considerado o torneio mais forte do mundo, na Categoria XXII.
O líder é o GM da Armênia, Levon Aronian, que tem duas vitórias e seis empates; seguido do GM da Noruega, Magnus Carlsen, que tem uma vitória e sete empates; o GM da Rússia, Sergey Karjakin, uma vitória e sete empates; e assim vai até o 10º colocado, com a predominância do empate.
Fica fácil perceber que eles vão sempre permanecer no Top com esses resultados.
NO BRASIL
Algo semelhante acontece no nosso país com relação aos nossos Grandes Mestres. No fundo, no fundo, o que eles querem a grosso modo? Manter a posição que ocupam e assegurar uma vaga nas Olimpíadas da FIDE, através do Campeonato Brasileiro.
Gostaria muito que os leitores deste blog levantassem essa questão. Qual a chance, por exemplo, do MF bahiano Paulo Jatobá , no modelo atual, ganhar um Brasileiro? Qual a chance de Jatobá ganhar um Brasileiro com todos os Estados da Federação mandando um único representante, num total de 27 jogadores?
Temos muito a acrescentar a essa questão, mas vamos ficando por aqui. É necessário que o leitor opine. Essa bandeira é importante e temos que fincá-la no chão firme e forte do tabuleiro brasileiro.