
Para o GM Kevin Spraggett foi uma grande tragédia para o xadrez moderno o fato do GM russo Valery Salov (foto e ilustração) ter se afastado do xadrez competitivo, não apenas porque Salov, "na minha opinião - assinala Spraggett - o mais forte jogador do mundo em meados da década de 90, mas porque ele foi empurrado para fora do xadrez. Ele era um jogador mais forte do que Kasparov e Karpov em meados dos anos 90. Em 1994, ele ganhou, tanto o Torneio de Tilburg como o Memorial Najdorf e neste último derrotou Karpov em rodada dupla, tanto de brancas como de negras.
Boicote
Para não ir muito longe e cansar o leitor, acostumado neste blog a textos curtos, vamos responder a pergunta do título: Salov era um jogador completo e podia ter sido campeão do mundo. É dificil ser campeão do mundo, principalmente quando há interesse contrariado. Ao tropeçar Kamsky, sua carreira deu uma guinada brusca. Queixou-se na mídia que tanto Karpov e (principalmente) Kasparov estavam tentando matar sua carreira e estavam bloqueando a sua participação nos torneios. E diz ainda Spraggett:
"Velery foi um enxadrista opinativo (há muitos Mestres de elite que gostam de falar só de si) e Valery falou sobre o que estava errado com o xadrez moderno, dos problemas da FIDE e em especial da atitude medieval de Kasparov em relação aos colegas. Alguns dizem que Valery falou demais e livremente e que ele era muito crítico das pessoas com poder e influência no mundo do xadrez. Que ele fez muitos inimigos. Valery, no entanto, tentou fazer mudanças positivas na FIDE e tentou organizar seus colegas jogadores para que seus direitos fossem protegidos. Ele não estava interessado principalmenre em seus próprios interesses e ele acreditava que muitos dos problemas com o xadrez moderno só poderia ser resolvido através da democratização do xadrez"
E para encerrar, Spraggett assinala que "na maior parte eu acho que Salov foi punido porque seus concorrentes ficaram com ciúmes da sua capacidade no xadrez".