(Dedico este artigo ao Mestre Hamilton Nóbrega)
Nos anos de 1970/72, Bobby Fischer tornou-se quase imbatível, perdendo poucas partidas. E uma delas foi no Torneio de Rovinj Zagreb 1970. Foram 17 partidas e Fischer chegou em primeiro com 10 vitórias, 6 empates e uma derrota, dois pontos na frente do segundo colocado.
Confesso que fiquei curioso em saber para quem e por que Fischer perdeu essa única partida. Minha primeira reação foi de surpresa. Ele não perdeu para um Petrosian, Korchnoi ou Smyslov, que jogaram esse torneio, mas para um MI chamado Vlademir Kovacevic, que terminou em 10º lugar com 8,5 pontos.
Continuei a pesquisa e terminei ficando estarrecido com o que descobri. Na partida citada, Korchnoi e Petrosian estavam próximos, assistindo o desenrolar do embate. E ao lado dos dois estava a Sra. Rona, a esposa de Petrosian. Ela ouviu os dois falando de uma variante que dava a vitória a Kovacevic. O que se conta é que a Sra. Rona consegui passar para o adversário de Fischer a tal variante que terminou por vencer o norte-americano. A partida foi uma Defesa Francesa, Variante Winawer, e Fischer perdeu em 30 lances.
Mais tarde, em 1971, quando Fischer derrotou Petrosian, em Buenos Aires, na Final dos Candidatos, a Sra. Rona, esbofeteou o GM Alexey Suetin, responsabilizando-o pela derrota do marido.
Aqui fica mais uma prova do que Fischer passou para mais tarde poder vencer a Escola Russa. O objetivo dos russos era derrotar Fischer, não importando os meios. Tudo fizeram e tudo usaram, inclusive a Sra. Rona - certamente orientada e coerente com o seu temperamento difícil e radical -, mas Bobby superou a tudo e a todos e conseguiu a coroa que o mundo inteiro sabia que pertencia a ele pelos seus feitos e pela sua historia até aquele ano de 1972.
Essa Rona, esposa de Petrosian, era o "cão", como se diz aqui no Nordeste. São muitas as histórias envolvendo o nome dela, na literatura enxadrística, enfatizando o papel ativo que ela desempenhou na tentativa de fazer o seu marido triunfar sobre os adversários a qualquer custo. Quanto ao relato exposto na matéria, é mais uma prova cabal de que os soviéticos, sob a proteção e incentivo do regime comunista, eram grandes trapaceiros no xadrez.
ResponderExcluirQual o motivo do esbofeteamento dessa dona Rona? Ela era louca era? Obrigado
ResponderExcluirFernando, quero lhe confessar um grande pecado. Fui, na minha juventude, comunista. Portanto, no match Fischer x Spassky, com 15 anos, torci por Spassky - a "causa" deveria estar sempre acima das circunstâncias e, apesar de já apaixonado pelo xadrez, o match era apenas uma "circunstância". Rogo seu PERDÃO! Viva Fischer!!!
ResponderExcluirMestre Ivson, o xadrez está acima das ideologias e dos credos. Conheço enxadristas de todas as ideologias, alguns radicais, de todos os credos, de todos os gêneros,e a todos respeito porque o amor a Caissa, nossa Deusa, está sempre em primeiro lugar. Portanto não temos o que perdoar, porque nenhum pecado você cometeu! Viva Fischer!
ResponderExcluirO pecado, Fernando, foi colocar a minha ideologia em primeiro lugar. Deixei de curtir, com a sua devida grandeza, o significado esportivo e estético do que foi o MATCH DO SÉCULO e o ápice da carreira de Fischer.
ResponderExcluirUm grande abraço do fã do "fã número um" de Fischer!
E creio que a honestidade tb é acima da questão ideológica. Existem pessoas más e trapaceiras em todos os regimes e sistemas políticos, pois isso é do homem e não do sistema. Agora, se fôssemos eleger um dos sistemas mais injustos e que por isso pudesse gerar maus comportamentos no humano com certeza o sistema comunista estaria atrás do capital, o mais injusto de todos que acreditei um dia. Abs.
ExcluirÉ isso, Fernando, João Leite. O xadrez primeiro!
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